segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A favela é a sombra do alvo

Edmund Phelps, Nobel de Economia 2006, avalia que o Rio de Janeiro permanece estagnado, enquanto São Paulo cresce cada vez mais. Para ele, a estagnação se evidencia com “uma pobreza cada vez mais visível nas favelas” (O GLOBO, 18/1/09).

Phelps, vendo estagnação, explicita o que muitos de nós não queremos admitir.
Quando o Rio perdeu a condição de capital federal, imaginava que a “belacap” continuaria imbatível.


É o que se apregoava na década de 1960 e seguintes.

E, no entanto, errou.


Leia na íntegra o artigo publicado no primeiro caderno do Jornal O GLOBO de domingo, 08/02/2009.

11 comentários:

  1. Sergio,
    Tinha lido seu texto no final de semana e achei ótimo especialmente no que se refere a falta de Planejamento de crescimento e investimentos feito por especialistas do assunto em uma metrópole como o Rio.
    Durante muitos anos tive fábrica no suburbio e testemunhei o esvaziamento da area por inumeras industrias que ali existiam e depois a sequente degradação e favelização dos antigos galpões abandonados.O pior em um local onde já havia toda infra estrutura necessária.
    Estes artigos são fundamentais para o melhor entendimento da nossa cidade.
    Belo trabalho ! Abs, Bia.

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  2. Sérgio,

    Parabéns pelo artigo já tinha lido no domingo no Globo, mas é sempre bom dar uma relida. Acho que precisamos todos repensar e redirecionar alvos com relação aos destinos dos nossos projetos ideais de cidade. Acho também, que a requalificação do sistema de trens, que a região metropolitana do Rio de Janeiro já possui é tarefa primordial. Se conseguirmos coordenar isto com uma política habitacional articulada, podemos produzir trechos de cidades com qualidade de vida, revertendo a tendência da expansão da informalidade. Inclusive no momento atual, com um horizonte delineado de declínio dos juros bancários, podemos passar a ter uma política habitacional variada e diversificada, que não só será centrada na urbanização de favelas, mas também na promoção de novas unidades.

    Outro dia, por problemas particulares, tive que ir a Edson Passos, estação que fica depois de Anchieta, por volta das 17:00, e acabei optando por ir de trem. Na volta tive a oportunidade de voltar nos novos trens com ar condicionado e foi realmente maravilhoso. Me senti em Madrid, no trem que liga o Escorial a capital espanhola, em 40 minutos estava na Gare Central do Brasil, tendo tido a oportunidade de ler o jornal do dia inteiro e portanto sem o stress de ter guiado até lá.

    Enfim, mais uma vez parabéns e um grande abraço do amigo

    Pedro da Luz Moreira

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  3. Prezado Sérgio Magalhães,

    Parabéns pelo seu ótimo artigo publicado no Globo do dia 8/02/09. É sempre um prazer e um alento descobrir pessoas pensando de forma acurada a dramática situação de nossa cidade. A preocupação com a prioridade dos investimentos e a sua abordagem em relação à zona norte suburbana apresentam, sem dúvida, uma visão necessária no sentido de construir horizontes para a vitória da civilidade no Rio.

    A título de contribuição, gostaria de acrecentar que a "canalização de recursos públicos para a construção de nova centralidade carioca centrada na Barra da Tijuca" teve efeitos profundos não apenas na degradação urbanística do suburbío (ecassez de investimentos e consequente degradação dos equipamentos) mas também (e talvez principalmente) no tecido social dessa vasta área que compreende as zonas nortes suburbanas e não suburbanas. A degradação no subúrbio concomitante com o explendor no novo "Eldorado" promoveram uma migração intensa dos segmentos sociais mais dinâmicos dos bairros suburbanos em direção à Barra. Trata-se de um processo perverso de enorme magnitude. Essas vastas áreas perderam muito a capacidade de reagir com recursos endógenos. O empreendorismo, o comércio, os serviços, os equipamentos culturais,a vida cultural, todos experimentam degradações alarmantes, o que torna o esforço de revitalização muito mais complexo.

    é só um pequeno adendo.

    parabéns e um abraço


    Sérgio Pinheiro

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  4. Olá, Sérgio.

    Sou um urbanista diletante e li seu artigo no O globo de hoje. Faço aqui alguns comentários.

    A Barra é um desastre urbanístico. Assim como Brasília. Não tem vida! Ali não cabe o metrô, pois não há densidade populacional para justificá-lo. Ônibus articulados seriam mais indicados. Mesmo assim, dá para imaginar aquele pessoal da Barra deixando seus carros nos estacionamentos e andando até o metrô (ou até o ponto de ônibus)? O cebolão deveria ser um centro logístico, integrando a Barra à Zona
    Norte e subúrbios da baixada. Botaram ali a Cidade da Música, que deveria estar na Zona Portuária para revitalizá-la. No pier Mauá
    deveriam colocar o aquário municipal (inspirado no de Lisboa), integrando-o com um centro de conferências de médio porte.

    A Avenida Brasil tembém precisa desses ônibus articulados. E de passarelas iluminadas. Há terrenos de sobra para, depois de resolvida
    a deficiência de transportes, desfavelizar boa parte do Rio. Naquele trecho enorme entre a Brasil e a Baia de Guanabara poderia ser feito, ao longo das margens, um parque como o Aterro do Flamengo. Com as águas mais despoluídas, construiriam ali vilas arborizadas para dezenas de milhares de moradores, com escolas e postos de saúde.

    O centro histórico da cidade foi destruído. Colaborou muito para isso o "brilhante" Niemayer, o arquiteto mais superestimado do mundo! Sua arquitetura é pouco funcional e esmaga o homem. Tem a ver com sua
    ideologia política.
    Paro por aqui por falta de tempo.

    Abraço,
    Alexandre.

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  5. Prezado Sérgio Magalhães,
    Instingante, real e absolutamente verdadeiro teu artigo no O Globo deste Domingo 08/02/09.
    Este artigo deveria servir para base de um tratado firmado com a população do Rio de Janeiro que sofre com o descaso e o desvio de conduta dos governantes, parabéns espero velo mesmo que pelas linhas dos jornais.

    Grato
    Atenciosamente
    Stenio Brunno

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  6. olá Sérgio,
    sou arquiteta da prefeitura, em fase de aposentadoria, tendo trabalhado por vários setores: smo, riourbe, ipp (onde conheci o pedro), fpj e até no estado.
    li seu artigo, hoje, e mais uma vez lembrei da admiração que sempre tive pelo seu trabalho e mais ainda pelo que soube através da Isabel Tostes, minha grande amiga!

    Espero que tenha "tocado" em pessoas chaves nesse novo governo.

    abraços
    Sylvia Coelho

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  7. Sr. Sérgio Magalhães,



    Seu artigo em O Globo de hoje, 9 de fevereiro, é brilhante, isento e objetivo. Espero que aqueles que o leram possam tirar as conclusões apropriadas em relação aos graves problemas urbanísticos, provocados pela explosão populacional das últimas décadas.

    Um prazer imenso encontrar o seu artigo, ocupando o lugar do acadêmico João Ubaldo, que há algum tempo passou a fazer parte do time de jornalistas do anti-petismo assalariado. Precisamos discutir e enfrentar os grandes desafios impostos por um desenvolvimento capenga, de forma inteligente. A sua argumentação, sem dúvida, contribui para isso. Parabéns.
    Geniberto

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  8. Amigo Sergio,
    Seu artigo "A favela é a sombra do alvo" acertou em cheio no alvo! Quando pensamos em cidades não podemos congelar o foco da nossa atenção. Na cidade as coisas funcionam juntas, ao mesmo tempo, em sinergia. Para resolver o problema da moradia precisamos cuidar da cidade como um todo! Parabéns pela pontaria! Abraços apertados.
    Cristovão Duarte

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  9. Olá Sérgio, me chamo Luís Paulo e li sua reportagem publicada no Globo de 08/02.
    Concordo com tua opinião. Morei em Del Castilho e em Benfica antes de mudar-me para Macaé. Infelizmente percebi um potencial pouco explorado na Zona Norte da cidade. Fora alguns empreendimentos pontuais nada parece ser feito para mudar a situação em que se encontra degradada esta parte da cidade Sub - Urbana.
    As favelas realmente não parecem crescer, mas o restante da malha urbana parece ter sido tomada por um câncer que se espalha e degrada ainda mais esta malha.
    Realmente o problema da violência afugentou àqueles que se instalaram ou se instalariam na região. Mas em alguns cidades, se não me engano, Chicago nos Estados Unidos parece ser uma combateu o problema em duas frentes... Financiou casas populares para a população dos guetos na condição de que haveria a perda da moradia se algum membro da família se envolvesse com algum ato marginal. A criminalidade caiu em 80%.
    Ainda quando morava em Del Castilho, próximo ao Nova América pensava que na região poderia ser construido um pólo tecnologico, afinal, se da possibilidade dos cabos de fibra optica acompanharem a linha amarela...
    Concordo também quanto a carência no transporte, não vejo exatamente um erro o uso de transporte sobre pneus... não deve ser prioridade, mas "oxigenar" alguns lugares, através de novas vias, ligações parece necessário, como medida de permitir a criação de corredores de ônibus e eixos viários que se comunicam sem precisar exatamente formar gargalos no trânsito.
    Um grande abraço.
    Luís Paulo

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  10. Prezado Sr. Sérgio Magalhães
    Quero parabenizá-lo por seu artigo "A favela é a sombra do alvo". Realmente, abandonou-se a cidade em proveito do "esplendor imobiliário". Pior do que isso é vermos a Barra como uma cópia desfigurada de Miami sem sequer qualquer esforço para criar uma identidade visual, não bastasse a estátua da Liberdade e um empresário que mandou copiar para o seu edifício de clínicas, anexo a um hospital, projeto da Flórida, que mandou reproduzir em todas as suas especificações. A TV Globo até já o utilizou, em uma novela, como se fosse um hotel de luxo com as suas vidraças espelhadas.
    O esplendor imobiliário é compatível com o lobby que elege uma grande bancada na Câmara dos Vereadores, comparável à que também é eleita pelos donos de ônibus. De modo que tanto a política de financiamento das construções urbanas quanto a do transporte público submetem-se a critérios puramente econômicos para saber o que dá mais lucro e o resto que se dane.
    Como simples cidadão já tentei me imiscuir na questão da construção da Linha 4, numa carta de leitor publicada no Globo, cinco anos atrás. E, por último, santa inocência, mandei uma carta ao governador Sérgio Cabral, apontando para a subserviência da administração pública diante uma empresa que, por ter ganho uma licitação (mal feita, por sinal) passou a agir como se fosse o poder concedente e não um concessionário, assim mesmo incapaz de dar conta de suas obrigações, especialmente uma parcela de financiamento da obra, que com certeza irá buscar no BNDES.
    Minha intenção era ser breve, apenas para cumprimentá-lo por seu artigo. Por sua contribuição, acrescento, para um debate que está faltando na vida desta grande metrópole que já se gabou de ser a capital cultural do Brasil e que hoje, lamentavelmente, não demonstra competência sequer para reunir as cabeças pensantes que aqui vivem para um último esforço contra a estagnação e a decadência.
    Abraço deste seu patrício e admirador

    Nadir Pereira

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  11. Caro Sérgio,
    Em pouco espaço encontrei resumidas informações sobre coisas incompreensivas ao leigo. Minha visão do todo urbano melhorou. Entrementes, entreouvido no Rio Grande do Sul, a explicação pelo desmanche das ferrovias locais, dada por simpático guia turístico nas belas serras de Gramado: " a culpa é da Petrobrás" comentário seguido de arrasoado sentido e veemente. Eu nunca tinha pensado nisso, de forma tão sintética, atribuindo as mazelas à agressividade da indústria automobilística (o maior lobby do Brasil). Vendo conforme comprei. Talvez a crise energética traga racionalidade aos desperdícios urbanos. Teu texto certamente contribuirá.

    Grato, mando meus abraços.

    Alex Nicolaeff

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