quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sobre centros e centralidades (ainda)

Sérgio Magalhães
A Exposição Mundial realizada em Lisboa, Expo 98, foi saudada à ocasião pelo acerto de sua localização e plano urbano. Comparativamente à Expo de Sevilha, realizada poucos anos antes, foi um avanço. Na espanhola, escolheram um lugar ‘isolado’ e vazio; já em Lisboa, aproveitou-se uma área decadente, quase em abandono. Foi um sucesso.
Projetos como o de Siza Vieira, para a “tenda”, e o de Calatrava, para a estação de trem/metrô, são ícones dessa Expo e serviram para dar prestígio ao lugar.
Desde então, a área tem se desenvolvido muito bem, como um bairro habitacional, comercial e de serviços, onde o desenho urbano tem mais contemporaneidade do que modernismo. (Mas ainda tem algum...)
Agora, pelo que se sabe, as coisas estão tomando um rumo perigoso: projetam transferir para a área da Expo 98 ministérios que hoje se localizam no Centro de Lisboa, em especial na Baixa Pombalina e na Ribeira.
Se isso prosperar, tem tudo para ajudar a esvaziar o centro. E, depois, nossos copatrícios, terão que correr atrás do prejuízo, com uma “revitalização” à base do turismo do Patrimônio.

Quem sabe a crise, que também atingiu Portugal, empurra esse desatino para bem depois que retornar o bom senso?

Nenhum comentário:

Postar um comentário