domingo, 12 de setembro de 2010

Marcos Boldarini e o modernismo

Sérgio Magalhães

Gostei muito das observações do arquiteto Marcos Boldarini, expostas como comentário na nota “Como é dificil entender a arquitetura”, postada pouco mais aí abaixo. Deixo de comentar o comentário lá na nota, e o faço aqui, para que se dê um pouco mais de destaque ao assunto.


A opinião de MB faz nexo com seu trabalho em favelas de São Paulo.


Não obstante, de certo modo, confirma minha impressão de haver uma certa “patrulha modernista”, quando o arquiteto informa sobre a pauta da entrevistadora, retomada a cada pergunta:


“O que você entendeu como patrulha modernista era na verdade a linha da pauta da entrevistadora. A relação da nossa arquitetura com a herança modernista era retomada em cada pergunta.”


A patrulha deixa de ser uma abstração, um elemento etéreo e autônomo, e se materializa em um determinado contexto epistemológico de algum modo ainda surpreendido pela não ortodoxia modernista.


Também concordo com Boldarini: como seria salutar se o tema pudesse interessar mais gente –e entrasse no debate.

O CidadeInteira está às ordens.

3 comentários:

  1. Eu que não sou arquiteto, embora tivesse sido casada com uma, nunca fiz grandes esforços filosóficos para entendê-la em toda sua complexidade. Quero saber se ela, a arquitetura em seu sentido amplo - prédios, ruas, cidades e tudo que caiba em si mesma - me é agradavel aos olhos, se me facilita a vida e,principalmente, se me dá uma sensaçao de harmonia com a natureza sem jamais dominá-la ou torná-la submissa. Enfim, quero saber se as pessoas nas ruas,em seu trabalho ou em suas casas se sentem bem com o que têm de construçao no lugar da natureza. Vocês arquitetos é que devem saber como fazer isso. Eu não. Simples, não?

    ResponderExcluir
  2. Muito bom o comentário de Chutando a Lata. Relativizo, porém, o contraponto entre arquitetura ou natureza: "se se sentem bem com o tem de construção no lugar da natureza".
    Arquitetura é da ordem da cultura, ela não necessariamente se opõe à natureza, ela não toma o lugar da natureza, mas faz o lugar da cultura.
    O desejo que podemos expressar, então, é que a cultura, em suas múltiplas dimensões, seja solidária com as suas fontes vitais, que não menospreze os valores essenciais da vida, entre os quais por certo se encontra o cuidado com o meio-ambiente que herdamos.
    Mas, lembremos sempre, se na natureza temos o cerne da humanidade, é na cultura que conseguimos que ele se desdobre e se realize.
    A arquitetura somente quer ajudar a que esse objetivo seja alcançado. Simples? Não. Mas é maravilhoso.

    ResponderExcluir
  3. Adorei o comentário do anonimo de 15 de setembro e peço desculpas por só o ter lido hoje.

    ResponderExcluir