Estudos apresentados na recente conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP15) apontam que a pecuária responde por metade das emissões brasileiras de gases responsáveis pelo efeito estufa. As principais fontes de emissão de CO2 identificadas foram o desmatamento para formação de pastagem, as queimadas e a fermentação entérica do gado.
Especialistas especulam que uma produção ambientalmente mais correta poderia até duplicar o preço final dos produtos.
No último domingo, em artigo publicado no jornal O GLOBO, o deputado federal e ex-ministro da fazenda Antônio Palocci discorreu sobre o brilhante desenvolvimento do setor, o que chamou de “O salto triplo da Indústria da Carne”. Entretanto, preferiu não mencionar os desafios a serem enfrentados na imprescindível adequação a uma realidade econômica e ambientalmente sustentável.
No O GLOBO de hoje, o consultor da ONU para a Copa de 2014, Pedro Trengrouse, nos chama a atenção para o impacto ambiental do maior evento de futebol do planeta, pleiteando uma “estratégia de manejo ambiental integrada desde já aos processos de preparação.” Em seu artigo, Trengrouse apresenta números e divulga algumas das experiências da última Copa na Alemanha e da próxima, na África do Sul.
Historicamente e especialmente com relação às questões ambientais, inúmeras vezes pecamos por ignorância. Mas agora é diferente, considerar os estudos, mesmo passíveis de contestações, todos os custos conhecidos que envolvem os processos de produção e construir novas ordens de desenvolvimento não é questão de marketing, “selos verdes” ou sensibilidade.
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