quinta-feira, 19 de maio de 2011

Agora é Foster

Sérgio Magalhães

Depois da visita de Richard Rogers, há poucas semanas, agora é seu colega, patrício e ex-sócio Norman Foster quem visitará o Rio.

Foster faz par com Rogers na defesa da cidade compacta: “É preciso unir as lições da História e da tradição, de quando não tínhamos edifícios muito dependentes de energia. Os típicos arranha-céus modernos nasceram numa época de energia ilimitada e barata (...) hoje, não há mais uma fonte infindável de energia barata, por isso é necessário pensar em cidades compactas, criar prédios que trabalhem com a natureza, aproveitando as sombras, aprender com a História, usar a tecnologia mais avançada para melhorar a qualidade do meio ambiente, usar fontes de energia renováveis, criar calor ou energia de lixo queimado. (...) As cidades mais desejáveis são amigas dos pedestres.”

A cidade compacta é um desejo que se fortalece no urbanismo contemporâneo. Para nós, aqui, já precisamos ir mais fundo: é necessário que estanquemos a expansão indefinida e predatória do tecido urbano, espichado pela falta de política pública e pelo laissez-faire quanto à hegemonia do modo de transporte sobre pneus. A cidade se expande na miséria das periferias cada vez mais pobres, menos infraestruturadas, menos equipadas,mais longe.

Como o Brasil é muito acostumado a valorizar o importado, vamos torcer para que cada visita de um destacadíssimo arquiteto como Foster, para além de valorizar a arquitetura como expressão cultural e profissional , seja também estímulo para a revisão da rota de crescimento predatório de nossas cidades.

Clique aqui e aqui a leitura completa da entrevista de NF ao Globo, 19mai11.

Um comentário:

  1. Tive a oportunidade de ouvir a palestra do arquiteto Roger. Interessante, embora, pelo que tive oportunidade de ouvir, ninguém lhe perguntou o que achava do Rio, Sao Paulo e até Brasilia - a anticidade. Para ficar informado, ficaria grato em saber quando seria a palestra do Foster.

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