Lucas Franco
O outro destaque da palestra de Panerai ficou com as histórias pitorescas sobre a disputa entre os parisienses e os londrinos sobre qual das cidades teria o serviço de transporte metropolitano mais eficiente.
Como seria uma covardia querer fazer qualquer comparação com o metrô carioca, prefiro seguir na linha das histórias, e contar a minha.
Sobre o metrô de Londres, a coisa que mais me chamou a atenção foi durante uma visita a uma loja de souvenires londrina. Nela você encontra camisas, canecas, chaveiros... Com três referências ao Metrô: a logo do sistema (underground), o mapa geral com as linhas e estações (tube-map), e o aviso de segurança “mind the gap”.
O mapa é especial, criado nos anos 30 por um funcionário da companhia, Harry Beck, viria a revolucionar o design de informação. Desde a implantação do sistema, os mapas eram feitos de acordo o posicionamento geográfico, contudo, como a densidade e complexidade de estações na zona central são enormes, e a extensão das linhas também, ao ampliarmos a área central torna-se impossível contemplar as linhas suburbanas em todas as suas extensões.
Considerando que a maior parte do percurso era feito no subsolo, Harry desenhou um diagrama, parecido com diagramas de circuitos elétricos, desprezando a precisão na localização física, mas valorizando as conexões e a articulação do sistema.
O Tube Map em 1808 e agora, em 2012 |
O resultado é uma trama tão rica e colorida que ainda consegue alcançar uma bela plasticidade.
É simplesmente incrível ver os londrinos reconhecendo o metrô como patrimônio, vendendo a sua imagem como souvenires, e os turistas, é claro, comprando. Um sucesso. E ao retornarem para casa e encontrar os amigos, estará lá, estampado no peito o que viram de melhor na cidade: o metrô.
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