sexta-feira, 21 de agosto de 2009

100 anos de Burle Marx

Eduardo Cotrim
Desde o Paraíso bíblico da Gênesis, onde “Deus tinha produzido da terra toda a casta de árvores formosas à vista”, a humanidade tem edificado jardins, e assim, com o passar dos tempos e de outros grandes artistas, chega-se a Burle Marx.

A história que conhecemos muitos de nós, do Paisagista, já é o bastante para qualquer mortal, como a sua obra, que está, aí, pela cidade, pelo Brasil e mundo afora, disponível a todos.

O Rio, lugar onde se radicaram os pais de Burle Marx, tem sido, historicamente, a vitrine de célebres paisagistas: o brasileiro Mestre Valentim, do Passeio Público e do Chafariz da Pirâmide da Praça XV, ainda do Vice-Reinado, o francês Glaziou, da Quinta da Boa Vista e do Campo de Santana do segundo reinado, como o inglês John Tyndale, do atual Parque Lage. Paul Villon, dos jardins da Casa de Rui Barbosa e do Palácio Guanabara. Quantos seriam os eméritos paisagistas pré-Burle Marx, que, em suas passagens e permanências, construíram para sempre a identidade do Rio em suas ruas, praças, parques e florestas? Eram outros tempos - mesmo que estes incluam ainda os mais recentes - quando as estéticas romântica e clássica européias, marcavam, inevitavelmente, todos esses artistas.

O fato é que ao nos depararmos com o Parque do Flamengo, com os calçadões de Copacabana, com os jardins do Palácio Copanema, para não sairmos do Rio e divagarmos pela pintura, cerâmica, artesanato.... não seria estranho tratar o Paisagismo, como algo anterior e posterior a Burle Marx. Além disso, quem sabe, a história do paisagismo, sob uma observação da ótica burle-marxiana, não possa ser concebida como a história da luta entre arranjos de espaços?

E quanto aos terraços-jardins da contemporaneidade ecológica internacional, tão alardeados como uma nova invenção? Perguntemos a Roberto Burle-Marx !

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