Por razões que os cientistas políticos haverão de saber, nós estamos acostumados a creditar aos políticos a responsabilidade pela resolução dos problemas de todas as naturezas. Contudo, a política –aquela das instituições de representação- não está respondendo à complexidade da sociedade contemporânea. Enquanto isso, os problemas se avolumam.
do Rio, a Avenida Central foi a espinha dorsal da mudança. Em um dos extremos da Avenida, implantou a representação da centralidade comercial/econômica, a Praça Mauá; na outra, implantou-se a representação política e cultural, a Cinelândia. Desde logo, com o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes; com o Clube Naval e o Clube Militar; e com o Senado. Instalada em prédio construído sob encomenda, na década de 1920, a Câmara ajudou a consolidar a Cinelândia como locus privilegiado da política carioca.
Mas, agora, a Câmara decide se mudar da Cinelândia. Alega que não há condições adequadas para o seu trabalho nos imóveis que lhe estão disponíveis. Precisa de prédio novo, maior.
A mudança não será saudável. Para a cidade e para a política.
Para a política, porque privilegia os aspectos administrativos-burocráticos da instituição, a ponto tal que passam a se impor ao simbólico-representativo. A ser verdadeira essa alegada necessidade, que paralelo se faria com o Parlamento britânico, pai da democracia moderna, há séculos ‘estabilizado’no mesmo edifício? Que inveja ver ao vivo, pela TV, o debate entre o Primeiro Ministro e os deputados, frente a frente, em um salão de proporções modestas e austeras! (A burocracia, por certo, está lá; mas não é ela que protagoniza a política.)
Quem, quem quer que seja, por mesquinharia, demoliu nos anos de ditadura o Palácio Monroe, sede do Senado, estará agora justificado com a ‘derrubada’ da Câmara, nos anos de democracia...veja também: http://www.almacarioca.com.br/cinel.htm
Professor,
ResponderExcluirComo entrar em contato com o senhor?
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Att.