sábado, 29 de agosto de 2009

Centro e Centralidades

Sérgio Magalhães

O Centro do Rio é também o Centro Metropolitano. Tanto funcionalmente como simbolicamente, detém as principais centralidades do estado e ainda preserva parte importante de centralidades nacionais, construídas ao tempo em que a cidade foi capital federal. Sua estrutura urbanística é poderosa.


A reforma de 1903-1906, mandato do prefeito Pereira Passos, consolidou espacialmente um conjunto de atributos formais, funcionais e simbólicos que não apenas modernizaram o Rio como o transformaram na Cidade Maravilhosa. Intervenções nas décadas seguintes, como o desmonte do morro do Castelo e a urbanização da Esplanada, o desmonte do morro de Santo Antonio, a construção da Avenida Presidente Vargas e o Aterro do Flamengo, foram ações urbanísticas de larguíssimo alcance. Sobretudo evidenciaram a capacidade do Rio em estruturar-se como uma grande cidade, de estatura mundial.


Mas a energia potencial desse esforço está a exigir um recarregamento.

Por isso, precisamos saudar o desejo de desenvolvimento da área portuária do Rio, anunciado pelo prefeito Eduardo Paes. Esse desejo pode ser um instrumento importante para uma nova fase de reforço da centralidade do Centro.


Afinal, nas últimas décadas, a cidade desmobilizou-se em benefício de novas áreas, como a Barra da Tijuca, que capturou recursos vitais para o desenvolvimento urbano. A situação de dificuldades hoje vividas pelo Centro e pela Zona Norte suburbana é, em grande medida, resultado desse rumo concentrador e equivocado.

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