Sérgio Magalhães
Os dados do censo de 2010, divulgados pelo IBGE, nos informam que a população do país aumentou 9% na década. Já os domicílios aumentaram 49%. Em números absolutos: somos mais 15 milhões de brasileiros; tínhamos 45 milhões de domicílios e hoje temos 67 milhões.
Que fenômeno é esse?
Como a quase totalidade (85%) da população é urbana, depreende-se que aquele quadro significa um gigantesco crescimento da habitação nas cidades.
Para além de números impressionantes, denotam a extrema vitalidade do povo brasileiro, sua determinação de inserção na sociedade contemporânea, onde a moradia é um dos elementos básicos.
Todavia, é indispensável constatar que também significam um atestado das agruras por que passam as famílias brasileiras, sobretudo as mais pobres, que constroem as nossas cidades. Pois, se nesse período de dez anos foi possível construir 22 milhões de novos domicílios, apenas pouco mais de um milhão recebeu algum tipo de financiamento. Isto é, pelo menos 20 milhões foram construídos exclusivamente com os parcos recursos poupados no dia a dia.
Assim sendo, não nos podemos espantar com a expansão das cidades na informalidade. Por certo, a imensa maioria dos novos domicílios há de ser irregular, seja urbanisticamente ou quanto à propriedade. Afinal, lembremos que o principal programa de financiamento habitacional da década, o “Minha Casa, Minha Vida”, teve como meta construir 1 milhão de moradias em 4 anos!
22 x 1. Apenas isso.
Se o numero de casas construidas sem financiamento é este, significa que podemos muito bem passar sem esse famigerado FGTS que só enriquece empreiteiros pilantras.Eu quero o meu FGTS aplicado em títulos da dívida pública.
ResponderExcluirÉ, realmente, um absurdo. Além do FGTS a poupança, que não rende nada, também deveria ser direcionada às moradias eacaba sendo um capital barato para os bancos. Mas a resposta cínica parece pronta: "Nunca antes na história desse país o incremento na renda foi tão grande e, por isso, a população não recorreu aos financiamentos..."
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