segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Olimpíada para servir à cidade. O caso de Londres.

Sérgio Magalhães
Distante apenas 6km do centro de Londres, localizado em área pobre e degradada, os Jogos de 2012 “vão deixar um legado que durará por décadas”.
“Diferentemente do Rio” (...), “em Londres, a maioria dos esportes serão no East End, tradicionalmente carente, com terrenos abandonados e velhas fábricas. Propositalmente, as instalações dos Jogos foram construídas nesta área e planejados de modo que, após o evento, a população local seja beneficiada. Por exemplo: a Vila Olímpica servirá de habitação popular para pessoas pobres.” “A Vila não será hotel de luxo nem bairro de elite”.
Este trecho é parte da entrevista concedida ao jornal O Globo por Peter Ricketts, secretário-geral do Ministério do Exterior britânico, a propósito da Olimpíada de 2012.
E continua: “Uma das razões pelas quais ganhamos a sede dos Jogos é o fato de que nossa proposta não era a de um evento de 14 dias, mas a do desenvolvimento social de uma região degradada da cidade”.
O ministro Orlando Silva, dos Esportes, estará lá em março, para conhecer o trabalho. Outros brasileiros também estão compondo uma agenda de visitas. Oxalá o bom exemplo inglês possa ser aproveitado no Rio, fazendo com que os investimentos públicos sejam melhor direcionados. Nada de investir para alguns e ricos: investir para a cidade inteira! Ainda há tempo de rever, pelo menos em parte, o projeto olímpico carioca.
Não é porque o Brasil seja rico (e a Grã-Bretanha seja pobre) que devamos desperdiçar recursos públicos... Não é porque o Rio esteja todo resolvido (e Londres esteja toda por se resolver) que possamos investir despreocupadamente...
Vale a pena conferir a entrevista: "Jogos para durar 20 anos"

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