terça-feira, 31 de março de 2009
Expansão do metrô até a Barra é discutida na Alerj e nas ruas
Desta vez, foi em uma reportagem do telejornal RJ-TV, que o arquiteto, urbanista e nosso ilustre colaborador Sérgio Magalhães saiu em defesa da Zona Norte e da Baixada Fluminense, considerando portanto, a nossa Cidade Inteira.
Veja a reportagem com o vídeo na íntegra
segunda-feira, 30 de março de 2009
Os mais novos muros da Zona Sul
No final do ano de 2005, participando do concurso público de idéias para urbanização da Rocinha, patrocinado pelo mesmo governo do Estado, me recordo de um dos maiores desafios: Encontrar soluções para conter a expansão horizontal das favelas sobre as áreas de preservação ambiental, os chamados eco limites. Lembro-me ainda, ser consenso entre a equipe, o questionamento das conseqüências da construção desses muros, seja pela dificuldade de fiscalização gerada pela obstrução visual ou pela possibilidade de estarmos construindo a primeira parede para uma nova edificação irregular.
É espantoso, que mais de três anos depois, seja exatamente essa a noticiada intervenção.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Rocinha, pequenininha – e empreendedora
Veja a notícia :
Censo mostra que número de domicílios da Rocinha aumentou 65% de 2000 até hoje
quarta-feira, 25 de março de 2009
As coisas da Cidade ou o lugar da Cidade Universitária da Ilha do Fundão ...
> a crise dos investimentos de papel e dos dinheiros fugazes poderia ser um produto planejado para consolidar um mundo onde não há nada mais a ser feito e onde todos seriam obrigados a seguir alguns sem direito a apelações?
> se os lugares de vida das pessoas comuns estão “prontos”, onde produzir riqueza para tornar possíveis as realizações individuais e a felicidade coletiva?
> deixar que os espaços urbanos mais centrais sejam deixados para trás ou permaneçam nas condições em que se encontram seria a solução para a violência e a desilusão?
> a suburbanização de tudo seria a saída para prover educação, saúde e moradia integradas para todas as gentes?
As soluções focadas, hoje, configuram inversões de esforços positivos. Neste contexto, os centros urbanos contem lugares que devem ser utilizados e, para tanto, deveriam ser adequados de modo coerente a essas finalidades. O IFCS, a Faculdade de Direito, os hospitais e as unidades de saúde, junto com o Palácio Universitário, são unidades acadêmicas da UFRJ situadas no Centro, em Laranjeiras e na Urca que se enquadrariam especialmente na categoria de espaços úteis aos estudantes e a todos os cidadãos do Rio de Janeiro. A melhoria, conservação e permanência das atividades aí geradas deveriam ser metas prioritárias para o desenvolvimento de toda a cidade. A transferência compulsória das gentes e dos lugares universitários e científicos para a Ilha do Fundão é ato que expressa idéias restritas do ponto de vista da ação política da Universidade. Vamos todos afundar juntos ou ainda há luz na área central que aí deve permanecer?
domingo, 15 de março de 2009
Consulta internacional para o futuro da Grande Paris
A consulta observa dois temas principais: a metrópole parisiense frente à questão ambiental e o desenvolvimento da futura Grande Paris. (Sabemos que a cidade de Paris é o núcleo da Região Metropolitana, os quais mantém estatutos semi-autônomos. A consulta objetiva também considerar uma nova constituição institucional.)
Cada equipe recebeu um estipêndio de 240.000 euros e procurou envolver profissionais de diversas disciplinas, formando um gigantesco quadro de pensadores sobre a cidade.
Para Michel Lussault, co-presidente do comitê organizador, “jamais uma reflexão tão complexa foi conduzida sobre a cidade, a uma tal escala”.
Não se trata de um concurso, onde resultará um vencedor: é mais uma concertação de idéias.
Para mais detalhes, ver notícia publicada por Le Monde:
Ainda a consulta: "Uma Paris Menor"
A equipe holandesa de Winy Maas (MVRDV) propõe uma "Paris plus petit".
Enquanto isso, em certas cidades brasileiras, acha-se que quanto maior a ocupação urbana, mais importante é a cidade...
quinta-feira, 12 de março de 2009
Ônibus parado? Vamos circular!
Por toda a cidade esses 'pontos finais' só servem para degradar as áreas onde estão localizados.
O que se vê é sujeira, ambulantes e motoristas/cobradores urinando na rua...
Ônibus tem que circular, principalmente nas áreas mais importantes da cidade, seja nos subúrbios ou nas áreas centrais, ricas ou pobres!
Esperamos que a ação no Lebon seja repetida em toda a cidade, e que esta seja a primeira de muitas para organizar o caos do sistema de ônibus carioca... e que, inspire outras cidades metropolitanas!...
fonte da foto
domingo, 8 de março de 2009
Olha a ZN aí, gente!
Não é propriamente o Projeto Lima Barreto, comentado há algumas semanas neste blog. Mas pode ser que seja parente dele: o prefeito Eduardo Paes convocou seu governo para tratar com carinho a Zona Norte.
Segundo os jornais de hoje, ações de diversos campos (saúde, educação, ordem urbana, etc.) estarão sendo promovidas por todas as secretarias, com o objetivo de começar um trabalho de recuperação da zona suburbana da cidade.
Viva!
http://odia.terra.com.br/rio/htm/zona_norte_vira_centro_das_atencoes_da_prefeitura_234559.asp
quarta-feira, 4 de março de 2009
PAC - Oportunidade para revisão de uma estratégia urbanística
O impacto facilmente previsível é o do acréscimo do volume edificado nas cidades. Trata-se, neste caso, de um impacto necessário, que responde ao comportamento demográfico. Desde que este impacto se manifeste nas áreas urbanas já infra-estruturadas e adensáveis, não constitui problema, dado que o propósito do programa é o de resolver um outro problema maior – a dificuldade de acesso à moradia.
O segundo tipo de impacto tem origem na forma pela qual os novos volumes construídos serão implantados. (...) O enclave urbanístico ou a segregação do grande conjunto, induz à percepção de um enclave social, na medida em que a conformação espacial do grande conjunto limita as relações de vizinhança e não favorece interrelações sociais com o tecido urbano circundante.
O modelo urbanístico da chamada habitação de interesse social
O Rio de Janeiro, e muitas outras cidades, tem promovido a construção de conjuntos habitacionais como solução arquitetônica e urbanística para implantação de novas moradias destinadas a famílias de baixa renda. Este modelo urbanístico, em geral baseado na edificação de blocos repetidos de apartamentos, implantados em grandes lotes condominiais, não promoveu a esperada socialização dos equipamentos nem estimulou a convivência comunitária, como buscavam, desde os fins do século XIX, urbanistas e pensadores que compartilhavam dos ideais de mudanças sociais, dos princípios higienistas, da promoção da modernidade através da racionalização do ato de habitar.
(...)Essas idéias, de fato, foram adotadas por Le Corbusier (1887 – 1965), quem consagrou o modelo de cidade de Tony Garnier e desenvolveu o modelo das habitações coletivas em blocos, que até hoje são erguidas em muitas cidades.
Cidade Industrial de Tony Garnier e a segregação dos usos
As utopias do urbanismo descreviam uma cidade limpa, saudável e harmoniosa, nos moldes de um povoado tradicional de uma classe média. (...)
Sejam as formas retangulares das quadras no Rio, sejam as quadradas de Barcelona, as concêntricas de Paris ou irregulares de cidade velha de Argel, a regra é a existência de uma estrutura de quadras. (...)
Por sua vez, reforça-se, a estrutura muito distinta daquela da quadra, tende a caracterizar um enclave urbanístico, uma estrutura excepcional, algo cujas características formais guardam muita discrepância com a identidade do espaço construído tradicional, com o modo histórico de se habitar cidades.
O PAC é uma iniciativa sem precedentes para o Rio e todas as cidades brasileiras. Trata-se, portanto, de um excelente motivo para que arquitetos, urbanistas, cidadãos, políticos, governos, enfim, todos aqueles que lidam com o espaço urbano, se articulem com o objetivo de fazer dessa iniciativa pública, uma oportunidade para implementar uma estratégia urbanística contemporânea para a Habitação.
Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2009
Leia o texto na íntegra
[Por Eduardo Cotrim]
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domingo, 1 de março de 2009
Informal e Coletivo: Moço, dá uma paradinha aqui...
Cidades Inteiras, Cartografias Mentais: como construí-las?
Nesta supremacia do vetor Zona Sul-Barra do metrô pela costa, que anula a irrigação aos bairros internos próximos à montanha, dois assuntos, complementares entre si, merecem destaque. Primeiro, a insistência na prevalecente cartografia mental da Orla Sul da cidade, deixando de lado, até mesmo, os bairros interiores da Zona Sul, neste caso, Laranjeiras, Cosme Velho, Humaitá, Jardim Botânico e Gávea. Segundo, é que a Barra da Tijuca como destino prioritário não é em nenhum momento posta em dúvida, respaldada, certamente, na congestionada rede de circulação viária para a área. Pareceria acertado afirmar que os moradores e o corpo de profissionais de maior qualificação, que atende às empresas e instituições já localizados na Barra da Tijuca, se deslocam em sua maioria por meio do automóvel particular. Por outro lado, haveria uma demanda em gerar acessibilidade aos setores da população trabalhadora de menor renda, pertencente aos quadros com menor qualificação e que não possuem carro.
Com esta proposta de fusão, o que predomina é uma idéia de cidade linear calcada sobre a ORLA SUL, que há muito é a mais valorizada.
[Por Fabiana Izaga]
Cidades Inteiras, Cartografias Mentais: como construí-las? (parte 2)
A partir deste momento até a formação do “Grupo de Estudo do Metropolitano do Rio de Janeiro”, em 1966, que dará lugar à criação da Comissão Executiva do Metropolitano do Rio de Janeiro (CEPE-2) no mesmo ano, e que desencadeou o efetivo processo de implementação do metrô na cidade; o debate sobre o projeto de um metrô para o Rio de Janeiro é reincidentemente discutido entre técnicos, políticos e na imprensa. Assiste-se à polarização entre aqueles que definem prioritariamente a transformação dos ramais da Estrada de Ferro Central do Brasil em metrô, com o objetivo de atender ao maior volume de população e de menor poder aquisitivo já localizada nos subúrbios, e aqueles destinados a atender ao obstruído trajeto viário Zona Sul – Centro, onde já habitava a população com maior poder aquisitivo e que, portanto, possuía mais carros. Na bolsa de negociações do crescimento urbano, prevaleceu o lado da concorrência entre os modais rodoviário e ferroviário, que apoiado no argumento de descongestionar o corredor viário da Tijuca até a Zona Sul, passando pelo centro, dá origem a rede subterrânea da linha 1, inaugurada em 1979, no trajeto Glória – Praça Onze, e que hoje, partindo da Saens Pena, chegará até a Praça General Osório, em Ipanema.
De lá até hoje, continua-se pensando no metrô, antes de tudo, como meio de diminuir o congestionamento do fluxo rodoviário, no lugar de promover a integração das áreas urbanizadas e infra-estruturadas existentes. A partir de reflexões setoriais, técnicos apresentam números de demanda, formulando cálculos baseados em lógicas emprestadas de sociedades onde há distribuição de renda mais homogênea.
Enquanto isso, uma outra grande parte dos técnicos que pensam a grande cidade continua fazendo-o de forma estática, por setores restritos, como se ela fosse ainda diminuta, negligenciado a intensa mobilidade na metrópole.
Talvez a valorização dos subúrbios, principalmente aqueles localizados entre a Tijuca e a Baixada Fluminense, desencadeasse a construção mental de uma cidade inteira, começando-se por oferecer redes de transporte coletivo mais homogêneas, com bons níveis de acessibilidade, conforto e segurança. Equilibrando assim a balança entre os vetores de desenvolvimento sul e norte, aproximando sensorialmente o que já está mais perto territorialmente. A dificuldade em demonstrar esta proximidade territorial esteja, talvez, em sua obviedade.