Com projetos, maquetes, vídeos e debates com especialistas internacionais, evento do Museu da Casa Brasileira reúne o que há de mais moderno da arquitetura inclusiva
Ao pensar no futuro da cidade contemporânea não se pode deixar de refletir sobre a cidade informal - formada a partir de ocupações precárias do território como, por exemplo, as favelas – e as transformações que tem ocorrido a partir das propostas de arquitetos. Esse é o mote da exposição "A Cidade Informal no século XXI", organizada pelo Museu da Casa Brasileira em parceria com a 4th Internacional Architecture Biennale Rotterdam e a Secretaria Municipal de Habitação da Cidade de São Paulo. A curadoria ficou sob responsabilidade da arquiteta Marisa Barda.
"A Cidade Informal no século XXI" é uma mostra interativa onde projetos pontuais realizados por arquitetos brasileiros e estrangeiros serão abordados a partir de quatro temas, como se fossem operações táticas, que melhor representam os problemas das favelas: Conexões, Transições, Fruições e Transformações. Esses temas permitirão uma visão crítica do trabalho apresentado.
A ideia de reunir esse conjunto de projetos que redesenham a cidade informal aparece como continuidade das propostas apresentadas na Bienal de Roterdã, em outubro de 2009, cujo tema foi Open City: Designing Coexistence. A sub-curadoria do evento foi feita pelos arquitetos Rainer Hehl e Jorg Stolmann, que, para a seção Squat, selecionou como uma das referências os projetos para a comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, elaborados por seis arquitetos: Urban Think Tank (Venezuela), Elemental (Chile), Christian Kerez (Suiça), Ciro Pirondi, Marcos Boldarini e MMBB (Brasil).
A mostra “Cidade Informal no séc. XXI” soma a essa seleção os trabalhos dos alunos da Graduate School of Design Harvard University, realizados para o Cantinho do Céu, sob a coordenação do professor Christian Werthman, e os trabalhos dos alunos do GSAPP da Columbia University, sob a coordenação de Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner, os quais abordaram vários aspectos das áreas informais na cidade de São Paulo. A integração desses projetos com os estudos elaborados para as mesmas áreas, pelos alunos da Escola da Cidade, faculdade de arquitetura do centro de São Paulo, possibilitará uma reflexão a partir da experiência de arquitetos de vários países, todos com o mesmo propósito: redesenhar as cidades informais do século XXI.
Para melhor ilustrar a complexidade desse trabalho, serão apresentados projetos e maquetes de obras já construídas ou em fase de realização para diversos espaços informais da cidade de São Paulo. A cidade informal também estará representada como um percurso didático, possibilitando a compreensão dos processos e condições das favelas de São Paulo. Para isso, serão dispostas tabelas com dados estatísticos, plantas, diagramas e fotografias. A favela de Paraísopolis, com posição estratégica próxima ao bairro do Morumbi, será objeto de estudo a partir de levantamentos realizados in loco.
Em cada sala da exposição, os projetos poderão ser estudados de forma detalhada em mesas equipadas com computadores, livros publicados e cadernos, onde o público poderá escrever críticas, fazer propostas e elaborar esboços. Uma pequena sala de cinema projetará vídeos da Urban Inform, da 4th IABR. Para complementar a experiência, serão realizados dois debates sobre a atual condição da cidade informal. O primeiro, no dia 8 de abril, às 20h, contará com a presença do urbanista italiano Bernardo Secchi, um dos grandes estudiosos do urbanismo contemporâneo, e do arquiteto Sergio Magalhães, criador do Projeto Favela-Bairro. O segundo debate, a realizar-se na última semana de abril, pretende mostrar ao público um conjunto de experiências de arquitetura e urbanismo já implantadas em vários países da América Latina, onde estarão presentes os arquitetos responsáveis pelos projetos apresentados.
Leia aqui a nota da FSP sobre o assunto
Site: www.mcb.org.br
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