segunda-feira, 18 de abril de 2011

Universo urbano sustentável e cidades pós-contemporâneas

Eduardo Cotrim

O Universo se tornou finito e ganhou um começo na era contemporânea. É pouco relevante aqui se a finitude do Universo tenha vindo da premissa inversa, a de que um dia surgiu, logo é finito. Fato é que a infinitude nunca pareceu algo muito bem aceito. Ainda que a inexistência absoluta, aquela que precede à coisa surgida, seja uma idéia igualmente desconfortável, quase insustentável, opta-se, contudo, pela noção de começo, de advento. Advento do Universo, do Planeta, da História, da Cidade, da Antiguidade e da Contemporaneidade...

Quanto a essa última, a mais complexa, sabe-se que teve início entre os anos 1940 – 1960. Pode ser um registro particular, com base em informações não avaliadas de forma adequada, mas por outro lado, se coisas como arte, ciência, cultura e urbanismo são ditas como contemporâneas, do mesmo modo como são ditas modernas, pós-modernas, clássicas e neoclássicas, é justo que a Contemporaneidade adquira também seu direito ao declínio.

No entanto, ao menos no Planeta, viver num mundo pós-contemporâneo é por princípio absurdo. Mas enfim, um absurdo com o qual se deve conviver, pois, inevitavelmente, o presente carecerá de limites, se é que já não se expandiram o suficiente.

A pós-contemporaneidade parece fazer algum sentido (além do seu lugar no fim dos tempos), num dado modo de observação da história, ecológico no sentido mais amplo, a partir do universo espacial de coisas terrenas, familiares e cotidianas.

As cidades aparentam ser o melhor termômetro da relação dos homens com os tempos do seu mundo. Se as melhores cidades do Planeta representam o tempo corrente, as demais, que comungam da mesma estrutura lógica, estão atrasadas - não são contemporâneas, pertencem ao passado da civilização urbana, se o termo não for redundante. Por sua vez, se as piores se identificam com o nosso tempo, as outras, obrigatoriamente, já ocupam diferentes posições no futuro.

Na primeira hipótese, onde o presente convive com o passado, as cidades que não se alinharam a tempo, no tempo em curso, para fazê-lo, ou precisam de mais tempo extra ou de muitos recursos extras, que não estão disponíveis. Aqui, a sustentabilidade é preservacionista, sobretudo do meio ambiente externo ao homem, tudo no mais é utopia e a Contemporaneidade permanece em vigor.

Na segunda, do presente em convívio com o futuro, exige-se talvez desse último, uma redução na produção de mais e mais conforto, aumento da durabilidade dos bens e seguramente um uso maior da inteligência. Aqui há previsões e utopias - a cidade sustentável acrescenta ao homem, o meio ambiente se acrescenta a ela e esta, um dia, ao futuro do presente...

2 comentários:

  1. bláblablabla... o que quero saber é o seguinte: quais cidades são boas e quais voces acham que são uma porcaria. Depois, sob a batuta de algum modelo, mesmo precário, as razões para tal. Não me canso de falar aqui no blog que Brasilia é o exemplo didático da anticidade, ou seja, foi Corbusier, é ruim. E vocês vão eleger qual cidade como boa? As ruins, se pudessemos esquece-las, nao deveriam ser lembradas.

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  2. Somos todos lobos em pele de cordeiro! Enquanto entidades como o IAB acreditarem em história da carochinha estaremos todos chafurdando na lama. Os concursos que anda legitimando são patéticos! Sinceramente, nunca pensei...
    Vejam detalhes em:
    http://bit.ly/fgfWM5

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