domingo, 1 de março de 2009

Cidades Inteiras, Cartografias Mentais: como construí-las? (parte 2)

Há quase oitenta anos iniciou-se o debate sobre a implantação do metrô na cidade do Rio de Janeiro. O plano Agache, de 1930, entraria para a história do urbanismo da cidade como a primeira tentativa abrangente, por parte do poder público, de elaborar um plano de desenvolvimento urbano para a cidade, e de direcionar seu crescimento; além de formular a primeira proposição de um sistema integrado de transportes, que introduz o metrô. Nos anos 1950, assiste-se ao surgimento dos grandes congestionamentos na rede viária, onde competiam por espaço os automóveis e os bondes, e que ainda não contava com todos os túneis e elevados que a cidade dispõe atualmente, fazendo reaquecer o debate da necessidade de um transporte rápido metropolitano.

A partir deste momento até a formação do “Grupo de Estudo do Metropolitano do Rio de Janeiro”, em 1966, que dará lugar à criação da Comissão Executiva do Metropolitano do Rio de Janeiro (CEPE-2) no mesmo ano, e que desencadeou o efetivo processo de implementação do metrô na cidade; o debate sobre o projeto de um metrô para o Rio de Janeiro é reincidentemente discutido entre técnicos, políticos e na imprensa. Assiste-se à polarização entre aqueles que definem prioritariamente a transformação dos ramais da Estrada de Ferro Central do Brasil em metrô, com o objetivo de atender ao maior volume de população e de menor poder aquisitivo já localizada nos subúrbios, e aqueles destinados a atender ao obstruído trajeto viário Zona Sul – Centro, onde já habitava a população com maior poder aquisitivo e que, portanto, possuía mais carros. Na bolsa de negociações do crescimento urbano, prevaleceu o lado da concorrência entre os modais rodoviário e ferroviário, que apoiado no argumento de descongestionar o corredor viário da Tijuca até a Zona Sul, passando pelo centro, dá origem a rede subterrânea da linha 1, inaugurada em 1979, no trajeto Glória – Praça Onze, e que hoje, partindo da Saens Pena, chegará até a Praça General Osório, em Ipanema.

De lá até hoje, continua-se pensando no metrô, antes de tudo, como meio de diminuir o congestionamento do fluxo rodoviário, no lugar de promover a integração das áreas urbanizadas e infra-estruturadas existentes. A partir de reflexões setoriais, técnicos apresentam números de demanda, formulando cálculos baseados em lógicas emprestadas de sociedades onde há distribuição de renda mais homogênea.

Enquanto isso, uma outra grande parte dos técnicos que pensam a grande cidade continua fazendo-o de forma estática, por setores restritos, como se ela fosse ainda diminuta, negligenciado a intensa mobilidade na metrópole.

Talvez a valorização dos subúrbios, principalmente aqueles localizados entre a Tijuca e a Baixada Fluminense, desencadeasse a construção mental de uma cidade inteira, começando-se por oferecer redes de transporte coletivo mais homogêneas, com bons níveis de acessibilidade, conforto e segurança. Equilibrando assim a balança entre os vetores de desenvolvimento sul e norte, aproximando sensorialmente o que já está mais perto territorialmente. A dificuldade em demonstrar esta proximidade territorial esteja, talvez, em sua obviedade.
[Por Fabiana Izaga]

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

1 milhão de novas moradias financiadas.

Governo pretende estimular a construção até 2010.

Para isso, estuda mecanismos como:
-oferecer terrenos públicos
-bancar 25% do custo
-reduzir juros
-solicitar que os Estados não cobrem ICMS dos materiais de construção.

Todas elas são medidas que ajudariam a promoção de moradias.
Todas elas, também, são parte de uma música já tocada. Às vezes soa bem; às vezes, é só ruído.

Para que a música seja nova –e boa, o governo primeiro precisará buscar que as novas moradias sejam construídas onde os futuros adquirentes as desejem. Não será onde os construtores ou os governos acharem mais conveniente –por mais bem intencionados que estejam.

Tem um jeito simples, barato até: basta garantir às famílias que elas teem acesso desburocratizado ao crédito. Isto é: cada família que quiser comprar uma casa saberá desde agora que há dinheiro disponível para isso, nas condições em que ela poderá pagar.

Parece utópico?
É assim que os países mais adiantados enfrentaram o déficit habitacional.
Modestamente, nas suas possibilidades, foi assim que a Prefeitura do Rio fez para os seus funcionários: garantiu carta de crédito habitacional através do Previ-Rio.
Quem quis comprar ou construir, comprou ou construiu.
São quatorze anos de experiência bem sucedida.

Para os construtores/empreendedores imobiliários é outra partitura: financiamento para a produção, mas sem repasse do financiamento para a família e sem compromisso de compra pelo governo. Se é para produzir moradia popular, o financiamento da produção deverá ser com juros melhores. Mas sem confundir: o financiamento para a compra pelo mutuário é outra coisa.

Outro post sobre o mesmo tema:
http://cidadeinteira.blogspot.com/2009/02/estimulo-producao-de-moradias.html
Veja a notícia:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u504010.shtml

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A cidade é a ruína do sonho?

Meu bem, a apatia é anômica e a sombra do alvo é o espaço do carioca. O mar e as praias estão sujas. Mas, veja você que ainda ontem, na rua que era minha e também nas praças que eram de todos nós, soava a melodia do tom&vinicius e a gente se regalava com a coisa-mais-linda-a-caminho-do-... . Antes desse ontem, no morro, que era de ninguém e hoje é de todos nós, apenas um alguém, que a si mesma se chamava pobre-menina-pobre, descia a ladeira com a lata-d´água-na ... . Ora, veja de novo, meu bem, o espaço do carioca é todo e qualquer lugar onde todos sempre fizeram o que bem entenderam. Alguns (e poucos) privilegiados achavam que era assim que a cidadania da cidade nacionalmente se desenhava. Meu bem, veja, agora que a brasília-se-fez, a favela-favela se tornou o lugar do Rio. Mas, é lá nos planaltos onde os p**** dos políticos e as p***** das políticas públicas promoveram, e ainda promovem, a perversa e falsa lírica da liberdade e da variedade da raça carioca em gêneros, números e graus de travecos, gays e prostitutos flamenguistas. Do lado dos baixios, ou seja, na cidade-hoje-favela, o que exprime a diversidade é o camelódromo e as adjacências-da-lapa-dos-especuladores. O centro se afirma na barra-pesada. No bairro-favela, as ruas são feitas para os que andam a pé em volta dos largos santos dos pecadores. Nas praças dos Tiradentes, nos largos de são-franciscos e nas calçadas portuguesas, ainda ficava o Rio que era o centro do Brasil. Meu bem, mas e o carnaval? Carnaval? Há o carnaval-favela que dança nas imensas bancas de jornal e nas esquinas. No caminho do caos, esse carnaval-favela é prefeituramente carioca. (Não é perfeitamente, não, viu meu bem?). Só não se vê ingênuos sambistas. Mas, este bloco é carnaval para gente com muitos anos de praia.
[Por Ceça Guimaraens]
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Rodin e Niemeyer

O famoso bronze Balzac, de Rodin, é uma escultura ao mesmo tempo cópia e original. Isto porque há um Balzac no boulevard Raspail com Montparnasse, em Paris, e um outro Balzac no pátio do MoMA, de Nova York. Me parece, aliás, que no Museu Rodin, em Paris, há ainda um terceiro exemplar. Seriam, assim, uma trinca de originais de uma mesma escultura, concebida por Auguste Rodin entre o final do século XIX e o começo do XX.

Agora, nós estamos frente a uma situação formalmente semelhante. Mas muito diferente nos seus desdobramentos simbólicos: o caso das pirâmides recentemente projetadas por Oscar Niemeyer para Brasília e para Caracas, esta a pedido do presidente Chávez, homenageando Bolívar.

A pirâmide brasiliense emerge da Esplanada dos Ministérios e aponta por sobre o Congresso Nacional. Pretende vir a simbolizar a soberania do povo brasileiro.
Já a também inclinada pirâmide venezuelana emerge das montanhas caraquenhas e aponta na direção dos Estados Unidos. Pretenderia corresponder à soberania bolivariana.

No caso do Balzac de Rodin, embora em distintos lugares, sempre se trata de um monumento ao famoso escritor francês. É cópia e é original em uma mesma concepção; são três corpos e uma mesma essência –diríamos: uma Trindade.
Já o caso das pirâmides é outro. Soberania, por definição, não é compartilhável; é afirmação de personalidade independente. Logo, representação de soberanias exige autonomia de signos. Como, então, um mesmo corpo e duas almas?

Imagens
1 Balzac - Paris


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Pelo resgate dos subúrbios do Rio

Dando prosseguimento ao Projeto Lima Barreto, o movimento social pela recuperação dos subúrbios da Zona Norte, o jornalista e romancista Fernando Molica publicou em sua coluna no jornal O DIA, uma breve entrevista sobre o tema com o arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães.

Obrigado Padrinho, a cidade agradece.

A favela é a sombra do alvo

Edmund Phelps, Nobel de Economia 2006, avalia que o Rio de Janeiro permanece estagnado, enquanto São Paulo cresce cada vez mais. Para ele, a estagnação se evidencia com “uma pobreza cada vez mais visível nas favelas” (O GLOBO, 18/1/09).

Phelps, vendo estagnação, explicita o que muitos de nós não queremos admitir.
Quando o Rio perdeu a condição de capital federal, imaginava que a “belacap” continuaria imbatível.


É o que se apregoava na década de 1960 e seguintes.

E, no entanto, errou.


Leia na íntegra o artigo publicado no primeiro caderno do Jornal O GLOBO de domingo, 08/02/2009.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Aumenta a cisão

O novo presidente do Tribunal de Justiça anuncia que retirará de Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio, as duas varas criminais que aí se localizam. Alega problemas de segurança. Elas serão transferidas para a capital.

Meu Deus, nos socorrei!
A cada dia mais providências aparentemente de boa vontade servem para cindir ainda mais a nossa cidade.
Vejamos: se o problema é falta de segurança, isto é, se o Estado está ineficiente ou ausente em Campo Grande, não o estará apenas para as pessoas envolvidas com as atividades judiciárias. Como o braço mais emblemático do Estado, a Justiça, ao invés de se recolher, precisaria se configurar ainda com mais ênfase na região. A presença ostensiva do Poder Judiciário, para a qual a arquitetura pode contribuir qualificadamente, seria um dos caminhos.

Retirar-se? Não, isto é aumentar simbólica e efetivamente o poder da bandidagem. Retirar-se para a capital? Mas como? Campo Grande é um dos bairros da capital.
O emprego de tal terminologia –além de erro de geografia política- é uma evidência do grau de isolamento em torno de seu próprio umbigo em que se encontra parcela importante da elite Zona Sul/Barra.
O Rio de Janeiro, se pensa em ter futuro, precisa enfrentar a cisão.
Precisa incorporar os bairros suburbanos e a Baixada à sua agenda de desenvolvimento.

Milícias: Varas criminais de Campo Grande serão transferidas para o Fórum Central

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Estado falido e cidades

O conceito Estado Falido se aplicaria àqueles Estados que perderam o controle sobre partes do território, perderam o monopólio da força, não oferecem serviços públicos adequados. O México foi considerado nessa categoria pela revista Foreign Policy, em dezembro, e, neste janeiro, pelo Ministério de Defesa dos Estados Unidos.
(El País, Espanha, artigo do professor mexicano Sérgio Aguayo.)

Há controvérsia, contudo.
O governo mexicano não admite a inclusão do país nesse conceito.
Para mim, porém, o que impressiona é o argumento central dos representantes do governo: “é falso dizer que o México está à falência, visto que o Estado controla quase todo o território”. Mas qual parte não controla? Diz o professor: “a situação se complica quando se pensa nas cidades e instituições onde a presença do Estado é de observador, porque quem controla a rede de poder é o narcotráfico.”

São os confins do país a parte que o Estado não controla? Não, são cidades e instituições.
Isto é, o Estado controla quase todo o território, mas tem cidades e instituições que não controla.
Alguma semelhança com um país que conhecemos?

V. artigo em El País:
http://www.elpais.com/articulo/opinion/Mexico/fallido/elpepuopi/20090206elpepiopi_5/Tes

Cidades e instituições?

Nosso Estado brasileiro não se inclui nessa categoria de Estado Falido.
Mas, nós precisamos reconhecer a enorme tarefa que temos pela frente: a recuperação para a legalidade constitucional dos territórios urbanos que hoje se encontram na anomia. Não são poucos, nem estão restritos à cidade do Rio de Janeiro –embora aqui sejam gigantescos.
Todos sabemos que não dá para prosseguir culpando governos passados, culpando políticas equivocadas. É indispensável o encontro dos esforços da sociedade, das lideranças, dos três níveis de governo, em política que contenha metas claras e compartilhadas.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

História de um brasileiro esquecido

Aos amigos e amigas, engenheiros, engenheiras, arquitetos e arquitetas, uma pausa para reverenciar o trabalho do mestre Lucio Costa.

Aos de outras e diversas profissões, mais uma oportunidade para reconhecer o trabalho e a história desse brasileiro, autor do projeto urbanístico de Brasília.


Vale a pena ver!



A história de Lúcio Costa


[Por Cêça Guimaraens]

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Estímulo à produção de moradias

É para esta semana que a imprensa está anunciando um pacote federal para estímulo à construção civil. Reduzir impostos e rever as condições do seguro obrigatório são algumas das medidas previstas. Ótimo.
É anunciada, também, a possibilidade do governo garantir a compra de empreendimentos prontos ou a construir. Isto é, a empresa imobiliária constrói sabendo que o governo adquirirá.
É aí que mora o perigo.
Nessa modalidade, governo e empresários é que decidem. A família que precisa de financiamento para morar com dignidade só pode aderir ao negócio. Ou compra ou compra. E se não quiser comprar? Estão aí os loteamentos clandestinos e as favelas à disposição...

Os esqueletos do sistema financeiro
Há alguns anos era assim mesmo, de um modo um pouquinho diferente: o empreendedor imobiliário conseguia o financiamento para a construção e tinha a garantia que a dívida seria repassada aos futuros mutuários. Houve momentos em que se discutia se o empreendedor precisaria vender 30% ou 40% das unidades construídas –ou se o governo garantiria todas elas.
Assim se construíram por esse Brasil afora os conjuntos residenciais que fizeram a má fama dessa tipologia.
Localizados lá para além do fim da cidade, o que importa? Com a qualidade ínfima que for possível, o que tem? Está tudo na conta do governo. À disposição para invasões, bucha de canhão para uma política paternalista e para a promoção de negócios duvidosos articulados entre o construtor e os agentes públicos.

Nos anos 90, felizmente esta modalidade de escárnio em relação às famílias pobres foi abolida. Os financiamentos não seriam mais repassados automaticamente: se a empresa não vendesse, problema dela; precisaria honrar o empréstimo que tomara.
O problema é que o crédito continuou escassíssimo.

O crédito para a família
Nesses anos 1990, foram criadas as "cartas de crédito".
A família que quisesse uma moradia, poderia buscar no banco o financiamento e, com ele aprovado, ia ao mercado escolher o que melhor lhe aprouvesse.
A Prefeitura do Rio, através da secretaria de Habitação e do Previ-Rio, foi pioneira, oferecendo cartas de crédito aos funcionários municipais.
O programa foi um sucesso. Todos funcionários que quiseram, a partir de 1995, resolveram seu problema de moradia. A carta de crédito permitiu que cada família decidisse onde morar, como e em que condições.
Isto reduziu o empreendedorismo imobiliário?
Ao contrário, ele foi ampliado. Milhares de negócios foram promovidos desde então, com os empresários buscando a satisfação do cliente, aquele que paga a conta, que vai morar no imóvel.
As cartas de crédito no mercado bancário, para as famílias comuns, porém, não foram para a frente. Continuam a enfrentar uma burocracia sufocante. E o desinteresse dos bancos.

Crédito para o construtor
Tal como as indústrias em geral, também a da construção de moradias precisa de crédito.
Mas, se a Brastemp toma um financiamento para produzir um produto a cadeia do crédito se esgota aí mesmo. A Brastemp não negocia a dívida com o comprador final: ele poderá comprar a crédito, mas será outra operação, totalmente à parte. Ele sabe que em qualquer loja que for para comprar uma geladeira ele terá possibilidade de financiar o bem. Não precisa ser apenas aquele da Brastemp, naquela loja.
Isto é, o crédito para a indústria é um; para o mutuário, é outro.
Não devemos obrigar o comprador final a ficar com o financiamento da produção sob pena de não ter nenhum financiamento.
Ou será que a Caixa (ou o Bradesco, ou ...) vai dar crédito para uma família enquanto não passar para a frente os empreendimentos que comprou?

Por que na moradia tem que ser diferente?
O Brasil produz cerca de 1,3 milhões a 1,5 milhões de domicílios urbanos a cada ano. Nem 20% deles tem financiamento, seja para a produção seja para o mutuário final.
Isto é: quase 1 milhão de moradias são construídas no país exclusivamente com a renda da família. É por isso que nossas cidades não tem como enfrentar a irregularidade e a ilegalidade.Mas, o governo quer estimular a construção civil?
Tem um caminho garantido: tornar disponível o crédito para as famílias decidirem. Tal como fazem quando vão a uma loja de eletrodomésticos. Ou a uma revendedora de automóveis.Primeiro escolhem o que querem; depois assinam o financiamento.
-Quer comprar o apartamento? Tudo bem. Quer construir? Tudo bem. Está aqui o crédito.

Sem favelas e sem loteamentos irregulares
Se o crédito for uma política, é claro que muitas famílias precisarão de subsídio (no entanto, por certo o subsídio não será maior do que os negócios imobiliários exigiriam...). Se o crédito para as famílias se tornar uma política, em alguns anos a imensa maioria das moradias urbanas estará sendo produzida por empresas construtoras, regulares; as famílias não precisarão passar pelo sufoco de morarem em loteamentos irregulares ou em favelas ou em conjuntos residenciais abaixo da crítica; e nossas cidades paulatinamente poderão pensar em planejar seu desenvolvimento.
Será muito para um país que produz 2,5 milhões de automóveis por ano, todos com financiamento? Afinal, as casas são apenas pouco mais da metade desse número...

Melhores espaços do Rio

A coleção de sugestões está se enriquecendo. Em breve, talvez seja necessário fazer um pequeno quadro com as recorrências das escolhas.
Vale a pena dar uma chegadinha aí ao lado, ver o que os amigos estão opinando.(E, é claro, dar a sua opinião sobre quais os melhores espaços de nossa maravilhosa cidade.)

Foto: Embratur

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Grande adesão!

O jornalista Fernando Molica, aderindo ao Projeto Lima Barreto, incluiu nota em seu blog, hoje. Dêem uma chegadinha lá.

http://www.fernandomolica.com.br/

Projeto Lima Barreto

Este blog tem o prazer de anunciar que o movimento social pela recuperação dos subúrbios da Zona Norte já tem nome. O padrinho é o jornalista e romancista Fernando Molica.
Para Molica, Lima Barreto (também jornalista e romancista...) é o nome certo, por sua carioquice, por sua mulatice nestes tempos de Barack, mas sobretudo por sua referência na compreensão do Rio de Janeiro em sua integridade urbana, na qual a Zona Norte e os Subúrbios são chave para o desenvolvimento.

Êrro de alvo

Edmund Phelps, Nobel de Economia de 2006, avalia que o Rio de Janeiro permanece estagnada, enquanto São Paulo cresce cada vez mais. Para ele, a estagnação se evidencia com “uma pobreza cada vez mais visível nas favelas”. O Globo, 18jan09

O que para Phelps é o aumento da pobreza nas favelas poderá ser entendido como um aumento das áreas degradadas na cidade. De fato, não aumentou a pobreza nas favelas, isto é cientificamente mensurável. Aumentou a deterioração do tecido urbano, não porque as favelas estejam crescendo, mas porque a cidade legal está se esboroando, sem vitalidade econômica, sem bom transporte, sem segurança, com edifícios abandonados. Este quadro ocorre mais fortemente na Zona Norte suburbana, onde moram 3 milhões de cariocas, e onde se localizava a maior parte das indústrias. Aliás, a ZN é a primeira e a última a ser percebida por quem chega e por quem sai do Rio de Janeiro.

O arrasamento dos subúrbios resulta sobretudo de erros urbanísticos estratégicos desde o tempo de Estado da Guanabara, como a expansão estimulada para o Oeste e a canalização de recursos públicos para a construção de nova centralidade carioca localizada na Barra da Tijuca. Com o evidente esvaziamento do Centro –que é da cidade e também da metrópole.

É cada vez mais crucial a escolha certa de cada ação pública. Sem uma política clara de desenvolvimento, as ações servem à dispersão dos esforços coletivos.
A questão da violência, por exemplo. A vitória da civilidade sobre a bandidagem se dará com a legalidade retomando os territórios da anomia, e aí permanecendo. O foco, portanto, é a permanência, não é a incursão. Retomar e permanecer já agora é uma preliminar absoluta para a recuperação da cidade.

Enquanto esse tempo não chega, a mira precisa ser ajustada ao alvo. Não dá para continuarmos mirando na sombra do alvo. A favela é a sombra do alvo. Apontando para a favela, continuamos a desconsiderar as verdadeiras causas da estagnação e da decadência. Teremos que escolher bem neste ínterim. Mas, com certeza, a recuperação da Zona Norte suburbana precisa estar no centro do alvo.

Beira-Mar restaurada

O Rio tem poucas paisagens clássicas construídas apenas com edifícios.Dentre elas, citaria: -a perspectiva da Av. Presidente Vargas, com a Candelária ao fundo; e -o conjunto que vai do Passeio Público à Av. Presidente Antonio Carlos, passando pela Mesbla + ed. Serrador + Cinelândia + Beira-Mar, visto desde o Aterro.

Pois esta última paisagem durante alguns anos ficou meio periclitante, depois que a Shell deixou sua antiga sede, à Av. Presidente Wilson com Beira-Mar, e foram anunciados alguns projetos em substituição ao belíssimo edifício Art-Déco, datado de 1935. Um desses projetos, aliás, tinha a bizarra forma de livros empilhados...


Pois, agora, o antigo prédio está totalmente recuperado, funcionando no local os cursos do Ibmec. (Lembre-se: o Ibmec é prestigiosa instituição de ensino em economia, administração e finanças.) Faz muito bem para o nosso coração e para o Rio este resultado.

A população chega ao comício das Diretas Já, na Av. Presidente Vargas, tendo ao fundo a Igreja da Candelária, 10 de agosto de 1984. (Agência JB. Foto de Almir Veiga); Edifício Mesbla (COHEN, Alberto A.. Rio de Janeiro: ontem e hoje.Rio de Janeiro: Amazon, 1998); A Praça Paris e o Edifício Serrador, ao fundo (i.pbase.com)

Universitários no Centro

Esta nota anterior nos remete ao que parece ser uma tendência de instalação no centro da cidade de cursos universitários particulares, como este do Ibmec. A Cândido Mendes talvez tenha sido a pioneira. A Estácio de Sá veio mais recentemente, instalando seus cursos em alguns edifícios localizados à Av. Presidente Vargas.
Será que a UFRJ, universidade pública, precisa mesmo sair do centro?

Foto: Lafem Engenharia

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

São Paulo bem tratada

Semana passada foi Edmund Phelps, Nobel de Economia de 2006, quem elogiou o dinamismo da cidade de São Paulo. Hoje, é Gilberto Dimenstein quem ressalta a organização e a mobilização que fazem da cidade uma outra, muito melhor. É claro que a cidade se beneficia da hegemonia econômica que a faz a mais importante do Brasil, inclusive politicamente. Mas, não é apenas agora que isso ocorre –já há décadas São Paulo está nessa condição.

O novo, o que é notícia, é justamente o tratamento que a cidade tem recebido, com investimentos importantes nela mesma, na sua recuperação, no seu embelezamento, na sua segurança. Dimenstein informa que os homicídios caíram para 10 por 100.000 habitantes. É uma cifra ainda alta, comparando com grandes cidades do Primeiro Mundo. Mas, frente aos números cariocas –quase o triplo, convenhamos, é de dar inveja.

Das boas invejas, é claro.

Rio, acerta o rumo!, por favor.




Garota Propaganda


A Prefeitura de Natal quer ser garota propaganda, mas não sozinha.
Ela, o Governo do Estado do Rio Grande do Norte e empresa imobiliária, constituíram uma PPP /parceria público-privada, para a construção de um estádio de futebol + shopping center + hotéis + bosque, em área nova da cidade, onde também serão erguidas as novas sedes dos respectivos governos.

Ou seja: servirão de chamariz para a expansão imobiliária, valorizando as terras a ocupar.

Conseqüência óbvia: desmobilizam o centro da cidade, retiram dele a representação política constituída historicamente.
Segunda conseqüência: logo depois, tratarão de lançar programas de revitalização do centro...

Esta música já foi tocada em Goiânia. Integralmente. E, por certo, em outras cidades deslumbradas por aí.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Vale, Méridien!

O prefeito Eduardo Paes vetou a proposta da atual proprietária do prédio do Hotel Méridien, na avenida Atlântica, que pretendia transformar o uso do edifício para escritórios.

(veja a matéria publicada pelo Globo de hoje)

Prevaleceu o compromisso assinado pelos antigos proprietários de manter o uso hoteleiro. Como se sabe, foi possível construir um adicional de 20 andares além do previsto para o local por ser edificação destinada a hotel. (Este blog já havia tratado do assunto antes.....)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A falta que faz uma definição

A cidade do Rio de Janeiro vai deixando o tempo passar e não define o seu desenvolvimento com clareza. Ora dá indicações de que pretende valorizar a cidade que encantou o mundo, a belacap; ora dá indicações de que não quer mais nada com a cidade maravilhosa, que só se interessa pelo território da expansão.

É essa indefinição que permite que sejam anunciados projetos de recuperação do Centro concomitantemente com a aplicação de recursos públicos que levam a consolidar a Barra da Tijuca como a nova centralidade carioca.

Agora mesmo, temos o anúncio de transformação da área portuária em novo pólo de atração de investimentos, serviços e habitação. E não faltou um elemento simbólico importante: o prefeito Eduardo Paes pretende levar o seu Gabinete para a Praça Mauá, em edifício do início do século XX, hoje semi-abandonado. É uma providência ajustada com a idéia de uma “cidade inteira”, pois está no Centro o foco de representação da cidade metropolitana, uma das mais importantes cidades mundiais.

Em simultâneo, temos a notícia da expansão do metrô para a Barra/Linha 4.
Como os recursos públicos são escassos, o metrô para a Barra só poderá ser uma prioridade saudável quando a cidade estiver enfrentando, pra valer, sua carência no transporte de massa. Isto é, quando a rede ferroviária suburbana hoje existente estiver transformada em metrô –o que permitiria atender 70% da população da cidade metropolitana e por um custo muitíssimo menor do que o da Linha 4; quando o transporte público estiver coordenado entre seus diversos modais; entre outros parâmetros urbanísticos, econômicos, políticos, sociais e culturais. Priorizar importantes recursos públicos no metrô para a Barra, hoje, com a Copa do Mundo ou com as Olimpíadas, será insistir no enfraquecimento da cidade. Pode ser uma obra grande, com quilômetros e quilômetros de túneis (sem estações e sem gente); mas não será uma boa obra.

A falta que faz uma definição 2

Não custa lembrar: foi a estratégia de indefinição que possibilitou construir a Cidade da Música onde está, ao custo que chegou.
Precisamos reagir contra a indefinição:
-para valorizar os sistemas urbanos que atuem na coesão metropolitana,
-para manter a centralidade metropolitana no Centro Histórico,
-para recuperar a Zona Norte suburbana,
-para estruturar urbanísticamente a Baixada e o Leste metropolitano,
-para despoluir a baía de Guanabara.

A persistir a indefinição, o Rio continuará abrindo mão do que construiu ao longo do tempo para subsidiar o esplendor imobiliário. Sem maniqueísmo, mas é preciso escolher. (Aliás, como o governador Cabral faz escolhendo o aeroporto do Galeão, evitando as facilidades, que lhe parecem ilusórias, do Santos Dumont.)

A falta que faz uma definição 3

Também acaba de ser anunciada a concentração das atividades da UFRJ na Ilha do Fundão.
A concentração é simétrica ao fortalecimento da Lapa, anunciada pela secretária de Cultura, Jandira Feghali.
Concentrar no campus poderá ser útil para a administração da Universidade e facilitar a interconexão entre seus departamentos, como justifica o seu Plano Diretor. Para o Rio, porém, me parece um elemento de esvaziamento do sentido de urbanidade que faz a diferença entre as verdadeiras e emocionantes cidades e as idealizadas e racionais aglomerações modernistas. O tecido urbano mesclado de usos distintos, na efervescência do quotidiano imprevisto, na interação social –esta é a cidade. Para ela, é importante a presença do contingente universitário, os jovens circulando pela malha da mescla, do fortuito, injetando seu sopro vital e recolhendo o sopro vital da sociedade múltipla, nos espaços da vida real. Ainda há alguns cursos da UFRJ no Centro e na Praia Vermelha; seria ótimo que pudessem aí se expandir, inclusive à noite.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os Melhores Espaços do Rio

Em recente reunião de amigos, todos arquitetos e amantes do Rio de Janeiro, surgiu a idéia de cada um identificar os seus espaços preferidos na cidade.
Ao fazer a lista, vimos que a riqueza é tanta que merece uma certa explicitação dos caminhos, sem perda da liberdade de escolha.
Assim indicamos os melhores espaços do Rio segundo 3 categorias:
- espaços edilícios
- espaços urbanos
- espaços paisagísticos/territoriais

E, para ser mais preciso, escolhemos como espaços quando se tratar de:
- um lugar configurado volumetricamente por edificações, e/ou por massas arbóreas e/ou por relevo;
- onde as relações interpessoais ou de socialização se estabeleçam em vínculo com a configuração volumétrica;
- que signifique/represente aspectos/situações gravados na memória.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Lula e a mídia

Está causando celeuma a entrevista que o presidente Lula deu ao jornalista Mário Sérgio Conti, da revista Piauí, na qual diz que lê e vê muito pouco do que a imprensa publica e a TV divulga. Mas por que? Porque dá azia.
O presidente diz que a sua necessidade de informação é suprida pelos inúmeros encontros que mantém com pessoas as mais diversas.

Lula e a mídia e a cidade

No entanto, há um tema correlacionado que passa à margem da celeuma: a falta que faz uma cidade no embate entre o poder e os anseios da população.
Brasília, todos sabemos, é uma capital que isola os governantes da pulsação da sociedade. As manifestações que lá ocorrem são absolutamente programadas, são quase como um lobby ao ar livre. Não há a crítica cara a cara, o protesto do momento –tão crucial para as democracias e tão temidos pelos príncipes.
Foi por temer o rumor de Paris que Luiz XIV transferiu a corte francesa para Versailles, lá no longínquo século XVII. O mesmo sentimento ajudou JK a promover Brasília, como atesta seu biógrafo Cláudio Bojunga. Na ditadura, Médici apressou a consolidação da nova capital quando o poder militar foi generalizadamente contestado nas ruas do Rio.
Os príncipes –sejam de sangue, sejam sapos- reagem semelhantemente: não querem que lhes digam quando estão nus. É da natureza do poder.
Mas e a corte?
É em relação à corte que a falta de cidade é mais perniciosa. Circulando por aqueles gigantescos corredores onde só se encontram áulicos e lobistas, os congressistas exacerbam a Ilha da Fantasia. Naqueles palácios majestáticos, lá no horizonte, os magistrados pairam acima na nação.
O povo, em carne e osso, é a essência da cidade. À sua ausência, não há mídia, por mais lida, ouvida e vista, que possa remediar.
fonte foto1
fonte foto2
fonte foto3

Sem desenvolvimento urbanístico, neca do social


O professor Carlos Lessa chama a atenção para a realidade de que o Brasil urbano já engloba mais de 80% da população e que as grandes cidades precisam de políticas próprias, sob pena de perda de sua vitalidade e de suas vantagens. Reconhece que o desenvolvimento econômico não necessariamente conduz à melhora da cidade
Acho importantíssimo que pensadores do campo da economia –e Lessa é um dos maiores, todos sabemos- tratem do tema urbano, sobretudo nessa perspectiva ampla.
Carlos Lessa se associa ao grupo de intelectuais que, refletindo sobre esse tema, contraria o pensamento hegemônico modernista, segundo o qual as cidades terão futuro garantido, com qualidade, quando o desenvolvimento econômico chegar.
Artigo de Lessa em O DIA: http://odia.terra.com.br/opiniao/htm/carlos_lessa_metropoles_222804.asp

Sem desenvolvimento urbanístico, neca do social, 2

Lá atrás (1961), Jane Jacobs abriu o caminho crítico, quando evidenciou que cidades americanas perderam vitalidade e qualidade de vida justamente quando a economia mais prosperou (Livro: Morte e Vida de Grandes Cidades). Leonardo Benévolo, professor italiano, alguns anos depois também tratou do tema (História da Cidade), aderindo à idéia de que “não basta melhorar as atividades econômicas e sociais para que as espaciais fiquem automaticamente corrigidas”. Mais recentemente (1996), o sociólogo espanhol Manuel Castells, também revendo seu pensamento modernista-marxista exposto em seu livro de estréia, A Questão Urbana (1970) passou a dar importância ao papel da boa cidade como condição para o desenvolvimento e a economia (A Sociedade em Rede e O Poder da Identidade). Finalmente, entre os grandes estudiosos do exterior, não pode ser esquecida Sáskia Sassen, economista americana, que tem evidenciado o papel das grandes cidades como foco e condição do desenvolvimento econômico e político global (As Cidades na Economia Global).
Tenho esperança que consigamos ampliar a rede de cidadãos e de pensadores, como Lessa, para incluir a questão das metrópoles na agenda política nacional.
São cinco dezenas de milhões de brasileiros que moram em cidades metropolitanas. É simplesmente desumano que continuemos sem políticas consistentes de transporte público, por exemplo; de saneamento, de habitação, de desenvolvimento econômico com fundamentação na matriz urbanística, entre outras. Isto é, que deixemos o tempo ir levando, apenas, enquanto o desenvolvimento não vem...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Cidade e Metrópole

Cidades que se constituiram ao longo da história com importantes papéis centrais, parecem ter dificuldade de assumirem uma dimensão metropolitana. (Chamo como dimensão metropolitana quando a expansão urbana se dá para além dos limites municipais da cidade-núcleo, em ocupação contínua.) É o caso de Paris e também do Rio de Janeiro.
Paris tem seu núcleo municipal com área de 100km2 e 2 milhões de habitantes, e é onde estão sediados os principais equipamentos de representação da França. Já os subúrbios parisienses –a banlieu- tem área de 1.400 km2 e população de 6 milhões. Há, porém, uma indisfarçável e crescente hostilidade entre os dois contingentes, sobretudo decorrente das diferenças de qualidade de vida entre as duas realidades urbanas.Philippe Panerai, importante professor e urbanista francês, tratou o tema em livro recente, intitulado Paris Métropole / Formes et échelles du Grand Paris. Éditions de la Villette. Paris : 2008. O trabalho de Philippe Panerai, a partir de um estudo urbanístico, se constitui em defesa de uma revisão política e institucional do vigente conceito de Paris como a cidade "intra muros", em benefício do conceito da cidade metropolitana, a Grande Paris, que abarca a Paris convencional/histórica e toda a sua banlieu.
O Rio de Janeiro também apresenta um quadro institucional similar, por certo com ainda maiores dificuldades de articulação entre serviços de interesse metropolitano. Aqui, não temos instância regional de governança, como, de certo modo, se constitui a de Île de France. E, no entanto, já somos uma cidade metropolitana com 11 milhões de habitantes!Transporte público, saneamento, habitação, são temas fundamentais para a cidadania que continuam sem políticas públicas minimamente articuladas no âmbito regional.O estudo da morfologia urbana e das escalas, do Rio e do Grande Rio, é um caminho que poderá ser muito proveitoso para o início de uma consciência metropolitana.

domingo, 4 de janeiro de 2009

A Vale no Méridien

O hotel Méridien-Copacabana naufragou e os proprietários do edifício pretendem dar outro destino ao imóvel. Segundo os jornais, a Vale está interessada em ocupá-lo com seus escritórios.
Alto lá!
O edifício tem uns 20 andares a mais do que a legislação previa para o terreno porque seria destinado a hotel. Ele rompeu o gabarito da Avenida Atlântica com a justificativa que a cidade precisava incentivar novos hotéis. Tudo bem. Está feito. Mas, agora, achar que o edifício tem o seu destino traçado apenas pelo interesse dos proprietários, não dá. A cidade também tem interesse na questão.

Hotéis Othon e Meridien: beneficiários da autorizaçao para romper o gabarito em Copacabana
Crédito: http://www.previ.com.br/; biztravels.net

[Por Sérgio Magalhães]

Habitação para baixa renda

O ministro das Cidades, Márcio Fortes, anuncia o financiamento de 350.000 moradias para famílias de baixa renda, visando zerar o déficit habitacional até 2023.Na mesma matéria publicada pelo Globo ( Novo pacote do governo concederá subsídio à habitação para baixa renda ) surge a rara informação de que o país constrói anualmente cerca de 1,5 milhões de domicílios.
Entre os dois números é que está a questão: o Brasil produz habitação sem crédito! Veja só: o anúncio federal –que é saudado como espetacular- significa apenas 23% das moradias construídas no país. E como a imensa maioria dos novos domicílios é construída por famílias com renda de até 5 salários mínimos, vê-se claramente o tamanho do fosso.
O Brasil tem que universalizar o crédito habitacional. Esta é uma condição de democratização da cidade –e de sua sustentabilidade.
Vale o esforço do governo, depois de décadas sem financiamento.
Mas, francamente, saibamos que o déficit está aumentando.

[Por Sérgio Magalhães]
Foto: o pedreiro em preto e branco / CONSTRUÇÃO
Crédito:
http://www.flickr.com/photos/joao/128390879/

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Degradação e Alternativa

Esgotos a céu aberto, vala negra, rios poluídos. Até quando?Todos sabemos que nossas cidades tem déficit no saneamento. As redes de esgotamento sanitário e de esgotamento das águas da chuva, em geral, são precárias –ou inexistentes. No caso das cidades do Grande Rio, o modelo recorrente é o de rede coletora apenas para as águas pluviais (a qual é associada ao asfaltamento das ruas), levando os efluentes diretamente para os córregos e rios mais próximos. O esgoto sanitário é resolvido com fossas. Mas como elas dão problemas de manutenção, as pessoas fazem a ligação das águas servidas diretamente aos canos pluviais –que levam aos rios... Desse modo, acabam as valas negras junto às casas –o que não é pouca coisa. Mas, em compensação, a poluição alcança o conjunto das águas metropolitanas.Veja o caso de Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense que tem 900.000 habitantes: a CEDAE reconhece que apenas 0,4% (sim, é isso mesmo: não chega à metade de um por cento) dos domicílios são ligados à rede de esgotos sanitários com tratamento.Como sair dessa sinuca de bico?Parece que não dá é para insistir no modelo convencional, embora defendido por grande número de sanitaristas, segundo os quais só devemos construir redes cloacais independentes da pluvial, com os esgotos sanitários levados para Estações de Tratamento. Ora, isso exigiria refazer os sistemas existentes. Cadê recursos para tanto? Como desconsiderar o esforço já realizado pelas comunidades e pelas Prefeituras, na ausência da Cedae? Penso que será muito melhor coletar as redes mistas junto aos cursos dágua –e tratá-las, aí. No tempo seco, os córregos e rios não receberiam poluição. No tempo chuvoso, as estações de tratamento dariam passagem para um volume de água muito maior, o que diluiria o dano. Outra hipótese é tratar os rios, em estações convenientemente implantadas.Enfrentar realisticamente o problema é meio caminho andado. Chega de idealização que transfere para um futuro por demais remoto a mitigação da questão.É muito bem vindo o debate que O Globo abriu, com os artigos “Degradação”, assinado por Mário Moscatelli e “Alternativa”, de Adacto Ottoni .

[Por Sérgio Magalhães]

Foto: Canal ao fundo da comunidade Parque União - Complexo da Maré
Crédito: Lígia Tammela

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Campanhas presidenciais ignoram as demandas urbanas


Do discurso de Barack Obama, na noite da vitória, eu havia destacado o fato dele comentar a crise financeira em que o mundo está envolvido com uma metáfora sobre a cidade: “Não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre”.

Agora, a revista VIVERCIDADES, da ONG de mesmo nome, sob o título desta nota, publica uma tradução de texto de Ingá Saffron, originalmente divulgado em The Philadelphia Inquirer.

Como se vê, não é apenas no Rio que o tema urbano está ausente das campanhas eleitorais, como aconteceu nestas últimas eleições para prefeito. Você ouviu algum candidato falar sobre a expansão da cidade? Sobre a dispersão? Sobre a recuperação da centralidade metropolitana no centro da cidade? Sobre a necessidade de transformar os trens em metrô, dando um novo patamar para a melhora dos subúrbios da zona Norte? Pois, também nos USA, segundo Saffron, os candidatos passaram incólumes pelo desafio dos problemas urbanos. Mas as coisas mudarão. Cá e lá.
[Por Sérgio Magalhães]
Crédito da imagem: Lucas Franco, intervenção sobre imagens de jmph.blog.lemonde.fr; jewcy.com; pastemagazine.com; yogurt.myblog.com.br; congressoemfoco.ig.com.br; www.terra.com.br/istoe; agatajo.fotoflog.com.br; blogmais.files.wordpress.com

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Grande notícia!

Grande notícia! Depois de décadas de desacertos, pode ser que agora a ação governamental contra a violência esteja construindo uma política eficaz e duradoura. Hoje, os jornais anunciam que, junto com o policiamento permanente e com a retomada do território da Cidade de Deus pelas forças legais –isto já é uma notícia importante!-, o Estado passou a combater simultaneamente a rede clandestina que se apóia em atividades econômicas sob domínio da bandidagem. Venda de gás, bailes, rádios piratas, gatonet, transporte pirata, mototáxis passaram a ser considerados braços fortalecedores dos traficantes. O governo passou a combate-los.

Após reprimir ação de bandidos na Cidade de Deus, PM acaba com bailes e venda de gás

Estamos presenciando um momento que poderá vir a se constituir como o marco da recuperação sustentável do Rio de Janeiro.Santa Marta retomada –e permanentemente mantida- e Cidade de Deus em processo de recomposição: isto só pode ser uma graça de Natal, que se deseja com validade para todos os dias dos próximos tempos.

[Por Sérgio Magalhães]

Outros textos correlacionados:

"Uma agenda para reconstitucionalização do território" - Sérgio Magalhães

domingo, 14 de dezembro de 2008

Bairro-Escola premiado no IAB - RJ

O Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola foi novamente premiado, agora na 46ª Premiação Anual de Arquitetos (2008) do Instituto de Arquitetos do Brasil - Rio de Janeiro.
Para ver a lista de realizadores veja nosso post da premiação na XVI BAQ.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

IAB - Festa anual dos arquitetos 2008
dia 12 de Dezembro 19:00



O Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB-RJ, tem o prazer de convidar para cerimônia da 46ª Premiação Anual de Arquitetos, Premio Arquiteto do Amanhã, homenagens ao Profissional do Ano e a Personalidade do Ano e Premio Urbanidade 2008.
Dia 12 de dezembro de 2008, sexta-feira, às 19:00h
Na sede do IAB/RJ - Rua do Pinheiro, 10, Flamengo, Rio de Janeiro

Visite o site do IAB/RJ: http://www.iabrj.org.br/

Bairro-Escola premiado na Bienal de Quito

O Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola ganhou Menção Honrosa na XVI Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito.

Trata-se de projeto de requalificação urbana associada à promoção educacional em município na periferia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil.
O Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola apresenta dois componentes:
-a qualificação urbanística dos principais eixos estruturadores da cidade, objetivando a melhora da articulação intra-urbana e da mobilidade; e
-a qualificação urbanística das principais centralidades, objetivando o aproveitamento dos equipamentos sociais em reforço dos equipamentos escolares e permitindo a plena fruição dos espaços públicos em sinergia com o aumento da carga escolar. É o Bairro-Escola.

Realizadores:
Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu
Prefeito Lindberg Farias
Coordenadoria Bairro-Escola
Maria Antônia Goulart
SEMCID – Secretaria Municipal da Cidade
Secretário Hélio Aleixo
UGP - Unidade de Gerenciamento do Programa
SEMPE – Secretaria Municipal de Projetos Especiais
Secretário Hélio Porto

Sérgio Magalhães Consultoria
Programa de Estruturação Urbanística de Nova Iguaçu - Bairro-Escola

Ana Luiza Petrik e Orlando Mollica
Via Light
ArquiTraço Projetos
Estrada de Madureira
BLAC Arquitetura
Eixo da Posse
DDG Arquitetura
Bairro-Escola de Austin
Fábrica Arquitetura
Eixo Roberto da Silveira
F Ferreira Arquitetura
Eixo Ferroviário
IZLP Arquitetura
Eixo Barros Júnior
JDS engenharia
Infra-estrutura
JC Miguez & Cia
Plano setorial de iluminação pública
Núcleo de Pesquisa em Paisagismo PROURB
Plano setorial de vegetação urbana e reflorestamento
Redig Design
Programação visual e sinalização
Ricardo Villar Arquitetura e Urbanismo & Ricardo Esteves
Transposições, sistema viário e acessibilidade
Rivera Urbanismo e Arquitetura
Bairro-Escola de Cabuçu
Ruy Resende Arquitetura
Bairro-Escola de Comendador Soares
Sólida Arquitetura
Bairro-Escola de Miguel Couto
Taulois & Taulois Arquitetos
Bairro-Escola do Centro

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Concurso Internacional arturbain.fr

Com vista a promover a qualidade de vida nas cidades, a associação francesa para a arte urbana, através do Seminário Robert Auzelle, convida todos os anos equipes multidisciplinares de estudantes e docentes do mundo inteiro a refletir sobre um tema relacionado à Arte urbana. O tema escolhido para 2008/2009 é:

“Compor com a natureza, territórios intermunicipais e pequenas cidades”

Veja o texto na integra

Visite o site oficial



sábado, 6 de dezembro de 2008

“The Global Urban Context” - Urban Age


Na mesa de discussão “The Global Urban Context”, foi apontada com freqüência a importância da atual crise econômica mundial.
Michael Cohen (New School University - New York) apontou alguns impactos da crise atual como a contração das economias urbanas; o possível aumento da informalidade, das desigualdades e da migração para os grandes centros devido a queda da qualidade de vida rural nos países que tem os commodities como base da economia; um maior risco de impactos infra-estruturais e menos cidadania devido a um setor público mais fraco. Em resumo, um momento de muitos riscos urbanos.
Saskia Sassen (London School of Economics e Columbia University) nos presenteou com uma interessante apresentação onde colocou que na verdade não há uma economia global e sim circuitos especializados em partes diferentes do mundo. E que esses circuitos não são necessariamente econômicos e podem ser também culturais, ambientais, entre outros setores possíveis.
Sassen afirmou também que existe mais flexibilidade nos níveis das economias urbanas que no mercado financeiro, e que as cidades devem usar a importância de sua escala para maximizar sua diversidade e sua flexibilidade para superar as conseqüências da atual crise.
Andrea Calabi e Raquel Rolnik (USP) ressaltaram a necessidade de ver a crise como oportunidade do Governo intervir no rearranjo das possibilidades metropolitanas.
Por fim, André Urani (IETS) destacou a necessidade de mudanças institucionais para melhorar a governança e de maior flexibilização institucional e econômica, compartilhando com a opinião de Sassen.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para o futuro das cidades


Richard Sennett, professor da London School of Economics e da New York University, levantou na conferência Urban Age, três pontos fundamentais para a discussão do futuro das cidades na atual conjuntura de crise global:
1_ ampliação do foco sobre questões relativas ao tema trabalho;
2_ tendência à atuação em projetos menores, mais locais, e menos metropolitanos, em grande parte devido à redução dos recursos disponíveis;
3_ possibilidade de transformar o quadro atual em um momento de novas oportunidades criativas.

Urban Age Award


Terminou hoje, a conferência Urban Age South America em São Paulo. Foram dois dias de intensa discussão com profissionais de todo o mundo e a entrega do Deutsche Bank Urban Age Award que premiou o Projeto Edifício União com US$100.000,00, entre 133 projetos paulistas tendo 12 finalistas.
O projeto diz respeito à reconversão do Cortiço da Rua Sólon, um edifício não terminado e invadido onde viviam mais de 70 famílias, ocupando inclusive o fosso dos elevadores. Com apóio da FAU/USP os moradores se organizaram e iniciaram um retrofit do edifício e reduzindo o número de famílias ocupantes. Foram refeitas as redes elétricas e terminada a fachada principal com apoio de empresários vizinhos. As melhoras coletivas incentivaram os moradores a melhorar também suas unidades, criando círculo virtuoso de investimentos coletivos e individuais.
Ao que parece o prêmio Urban Age servirá para finalizar as outras fachadas e a rede de água e esgoto do edifício.

Nos próximos dias lançarei no blog alguns comentários, opiniões e propostas dos especialistas presentes na conferência.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Urban Age - América do Sul

Amanhã começa a CONFERÊNCIA URBAN AGE AMÉRICA DO SUL (3 – 5 de dezembro de 2008 /São Paulo).

"Mais de 50 apresentações sobre transformações urbanas inovadoras em 14 paises preparam o cenário para a Conferência Urban Age, a oitava de uma serie agora anual de investigações interdisciplinares sobre o futuro das cidades. De 3 a 5 de dezembro de 2008, o Urban Age reunirá 100 líderes urbanos – prefeitos, formuladores de políticas, eminentes acadêmicos e autores lado a lado a arquitetos e urbanistas responsáveis por importantes projetos de regeneração urbana ao redor do mundo – para fazer frente aos aspectos sociais, espaciais e econômicos subjacentes ao crescimento urbano na América do Sul.

O Urban Age South America está sendo organizado em associação com o Estado de São Paulo, o Município de São Paulo, a Universidade de São Paulo e o Centro de Estudo de Política e Economia do Setor Público na Fundação Getúlio Vargas. Um grupo de especialistas internacionais, regionais e locais desenvolverá um trabalho conjunto através de uma série de workshops em São Paulo e Londres durante 2008, nos temas centrais de exclusão social e violência urbana, transporte público e mobilidade, e a relação entre crescimento urbano e provisão de infra-estrutura."

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A revitalização do Rio

A revitalização do Rio é título de artigo de Miguel Bahury publicado pelo Globo.
Ele defende a venda, pela Prefeitura, do que chama por “potencial adicional de construção” ou “direitos urbanísticos adicionais”. Trata-se de vender-se a permissão para que agentes imobiliários construam edifícios com área maior do que aquela prevista na legislação. O resultado da venda seria necessariamente aplicado pela Prefeitura em ações de interesse geral.

Mas o que legitima a regulação urbanística não é a idéia de que a lei deve estabelecer o que será o melhor para a cidade? Se o melhor for edificações com 10 pavimentos, por hipótese, por que se permitir 20 pavimentos, mesmo pagando-se?

Bahury informa que em São Paulo este procedimento já foi adotado, pelo menos em duas oportunidades, gerando centenas de milhões de reais aos cofres municipais. E diz mais: “Novamente o Rio fica atrás de São Paulo”.
Não me parece que esta seja uma corrida saudável.
A revitalização do Rio não há de ter como caminho pagar-se para sair da lei. Ao contrário: precisamos justamente ter leis que sejam efetivas, obedecidas. Por todos: pobres, ricos ou remediados. A cidadania se fortalece no cumprimento do acordo coletivo. O pagamento pelo “jeitinho” nos tem saído muito caro.

[Por Sérgio Magalhães]

sábado, 29 de novembro de 2008

Casa Papagaio


Em entrevista publicada na Revista ViverCidades, Ariano Suassuna critica a produção da arquitetura brasileira de forma bem peculiar:

"A arquitetura brasileira contemporânea nem é 'arquitetura' nem é 'contemporânea' – porque está copiando a arquitetura européia de 20 anos atrás –, e nem é 'brasileira'."

(...) "outra coisa que me incomoda é que a arquitetura não tem cor. A primeira vez que fui a Brasília, a impressão que tive foi que fizeram um susto a essa cidade. Ela empalideceu. E nunca mais se recuperou, não é ?"

(...) "Aí, um dia, chegou um jovem arquiteto lá em casa e disse: "Ariano, me diga uma coisa, você quer que a casa seja um papagaio ?" Eu não tô querendo que a casa seja um papagaio, mas se a opção for entre 'mausoléu' e 'papagaio', eu quero papagaio. Pelo menos fala; não é verdade ? "

Riscos no Rio

Andréa Albuquerque G. Redondo, arquiteta e ex-secretária municipal de urbanismo, escreveu na coluna OPINIÃO do Jornal O Globo o artigo: Riscos no Rio.

A arquiteta faz um rápido histórico das leis que regularam a construção civil no Rio de Janeiro.

"Em tempos de mudança na gestão do Rio de Janeiro cabe refletir sobre as leis que regem a construção civil na cidade desde meados do século XX. O estímulo à construção de prédios de grande volumetria e altura seguiu uma curva crescente até 1975, quando se iniciou um processo inverso, presente até hoje."
e
"(...) espera-se que o prefeito eleito compreenda, acolha e dê continuação a esse conjunto de decisões em favor do Rio (...)".

texto na integra

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Recuperação dos morros do Rio

Os morros do Rio também podem ser recuperados, como se vê nos exemplos abaixo. O programa "mutirão reflorestamento" é o responsável, com resultados esplêndidos. Durante os anos 1993-1999, esteve associado à política habitacional da cidade, na Secretaria Municipal de Habitação. Desde então, está sob a coordenação da Secretaria Municipal do Meio-Ambiente, da Prefeitura do Rio. Vale a pena conferir.

(Origem das fotos: ex-blog CM)


Morro do Sumaré, Rio Comprido

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Morro da Babilônia, Urca/Leme

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Morro Dois Irmãos, Leblon

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[por SM]

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Trânsito do Rio de Janeiro

O Arquiteto Flávio Ferreira faz uma proposta para resolver o trânsito do Rio de Janeiro.

"Um dos poucos consensos entre os especialistas (embora não entre a população) em relação ao trafego congestionado das metrópoles é diminuir a circulação de carros particulares nas ruas. São eles, e não os ônibus e caminhões que congestionam a cidade. É necessário mostrar a classe média que os “bandidos” do trânsito não são os ônibus e caminhões, mas seus próprios carros."


Segundo Ferreira: Vale a Pena tentar!

texto na integra

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Novo secretário de Urbanismo

O futuro secretário de Urbanismo, engenheiro Sérgio Moreira Dias, quer dar ao Centro do Rio um perfil mais residencial, para que as pessoas residam mais próximo de seus empregos. Para facilitar os deslocamentos, ele pretende implementar projetos de ciclovia integrando várias áreas da cidade.
"A Zona Sul é como uma sala de espetáculos em que a lotação está esgotada. Precisamos partir ir para outra sessão", disse ele, referindo-se a áreas da Zona Norte que sofrem vazios urbanísticos e econômicos.

"Estou com 61 anos de idade, tenho um escritório muito bem estabelecido. Tudo o que tenho na minha vida, desta gravata e paletó aos meus bem materiais veio do meu trabalho nesse escritório. E agora está na hora de assumir o desafio. A partir deste momento eu tenho uma vida mais comprometida com a cidade. Mas é uma forma que todos nós temos de dar um pouquinho de troco para a cidade, que é maravilhosa, a mais bonita do mundo", disse.


Estas e outras opiniões do futuro secretário, confira em O Dia online :

http://odia.terra.com.br/rio/htm/paes_anuncia_secretario_de_urbanismo_212381.asp

[por SM]

sábado, 8 de novembro de 2008

síndico?

O colunista de "O Globo" Arthur Dapieve escreveu nesta sexta-feira (07/10/08) sobre a tendência, confirmada nesta última eleição municipal, de consagração da figura do Prefeito como síndico.

Dapieve alerta, usando exemplos como Paris e Nova Iorque, que "a idéia do prefeito como homem de ação e não de idéias está fadada à frustração, ainda mais em grandes cidades, obviamente problemáticas. Porque ele não resolve todos os problemas que promete resolver. Não tem como. Nenhum burocrata, por mais competente que seja no uso da máquina pública, muda em profundidade uma metrópole (e o Rio precisa de guinada radical, não de remendos) sem apelar à consciência da população."

Vale a pena conferir, veja a coluna na integra:
http://outrorio.blogspot.com/2008/11/chamar-o-sndico-metrpoles-precisam-de.html

08 de Novembro - O Dia Mundial do Urbanismo

No dia 08 de Novembro comemora-se o Dia Mundial do Urbanismo. Segundo importantes organismos profissionais dos urbanistas como a Associação Internacional dos Urbanistas (ISOCARP, sigla em inglês), Conselho Europeu dos Urbanistas (CEU), Associação Asiática das Escolas de Planejamento Urbano e Regional (APSA), Associação Norte Americana dos Planejadores Urbanos (APA). A data é comemorada desde 1949, como uma estratégia para promover a consciência, a sustentação, a promoção e a integração entre a comunidade e o Urbanismo, de forma participativa, em todos os níveis de governo. Então é uma ótima oportunidade para repensarmos, refletirmos melhor sobre o Urbanismo enquanto área do conhecimento e sobre as reais condições de vida da população das cidades brasileiras.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urbanismo
http://sburbanismo.vilabol.uol.com.br/dia_mundial_urbanismo.htm

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Obama para prefeito!

O belíssimo discurso de vitória de Barack Obama foi direto ao coração de milhões de pessoas mundo afora. Falou bonito.

Mas um aspecto não se pode deixar de destacar: ele abordou a grave crise financeira atual –a maior em décadas- apenas em um momento, quando diz: “se essa crise financeira nos ensinou uma coisa, foi que não podemos ter uma próspera Wall Street enquanto a Main Street sofre.”

Grande Obama! Ele justamente cita a Main Street, que neste caso simboliza todas as ruas, a cidade, o povo. Entre tantos modos e metáforas possíveis, é na cidade que ele apóia a idéia de bem estar e prosperidade coletiva!

[por Sérgio Magalhães]

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"sim, o prefeito tem de saber muito"

O Jornalista do "O Globo", Aydano André Motta no blog Chope do Aydano destacou a importância do conhecimento da cidade no resultado das eleições cariocas.
"- sim, o prefeito tem de saber muito -"
Veja o motivo que Aydano atribui a derrota de Gabeira:
"Só não ganhou por pecados que são todos seus. A arrogância de estudar pouco a cidade (...)"

Veja o post do blog de Aydano em:
http://oglobo.globo.com//rio/ancelmo/chopedoaydano/post.asp?cod_post=135847

[por Sérgio Magalhães]

Escuta das Barcas

O texto "Escuta das Barcas" da Arquiteta Iazana Guizzo foi publicado na revista eletrônica redobra, criada a partir do encontro Corpocidade em Salvador: Uma crítica poética sobre os diferentes modos de atravessar a Baía de Guanabara. Diferenças colocadas a partir da chegada da barca nova que proporciona mudanças significativas no espaço da barca.

Segue o link para texto na íntegra:
http://www.corpocidade.dan.ufba.br/dobra/05_06_leitor2.htm

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

oportunidades nas regiões metropolitanas

Confirmando importantes estudos internacionais a reportagem do jornal O GLOBO (01/10/2008) indica o crescimento das oportunidades nas cidades metropolitanas brasileiras. Não obstante, indica também a estabilidade dos números da informalidade.
O desafio apresentado às cidades brasileiras é manter o crescimento de oportunidades e garantir a adesão à formalidade dos trabalhadores que estão na informalidade.

Regiões metropolitanas têm mais oportunidades de emprego, diz Ipea
"As maiores oportunidades de emprego estão localizadas em regiões metropolitanas do país onde se concentra um terço da população brasileira. Apesar disso, a taxa de informalidade nestas localidades ficou praticamente estável entre 2006 e 2007, essa foi a conclusão de um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2007 (Pnad)."

veja na integra
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/09/30/regioes_metropolitanas_tem_mais_oportunidades_de_emprego_diz_ipea-548477639.asp