domingo, 11 de outubro de 2009

O Globo - Elio Gaspari

André Luiz Pinto
PRIMEIRO CADERNO - 10/10/2009
Quebra-quebras: Diante de três dias de protestos, do incêndio de um vagão de trem de subúrbio e da depredação em quatro estações da SuperVia, a palavra vai para o leitor Paulo Saturnino, do Rio de Janeiro: “É lamentável que ocorra um tumulto deste porte para que o lado bem vivido do Rio perceba que a Cidade Maravilhosa precisa de reparos enormes do lado pobre.
Enfim, em vez de metrô para a Barra vindo de Ipanema, precisamos criar um sistema de transporte decente para o subúrbio carioca.
Moro em Copacabana e vejo a pressão dos moradores da Zona Sul por metrô para a Barra próxima do imoral.” Desde 2004, os moradores de São Paulo têm o bilhete único, criado pela prefeita Marta Suplicy para os ônibus. A rede paulista expandiu-se, chegando ao metrô e aos trens, e hoje é a segunda maior do mundo, perdendo só para Hong Kong. Todas as outras capitais brasileiras têm essa modalidade de tarifa, menos o Rio.
Em janeiro de 2007, o governador Sérgio Cabral prometeu implantar o bilhete único até o final de 2008. Nada. Quando ia ao subúrbio pedir votos, o prefeito Eduardo Paes defendia essa ideia.
Em matéria de transporte, o governo do Rio é uma fábrica de fantasias. Há poucas semanas, no Dia Mundial Sem Carro, Paes pedalou dez quilômetros da Gávea Pequena (285 metros de altitude) a Botafogo (nível do mar). Não há registro de que, na volta para casa, tenha encarado a subida.

Um comentário:

  1. A revitalização do centro e/ou região portuária
    dependeria de maiores investimentos para atrair
    outros investimentos. O Rio "não é Barcelona".A ocupação linear da cidade induz a "Barra ".

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