Sérgio Magalhães
Nosso país reduzirá de maneira expressiva a emissão de gases-estufa até 2020. É o compromisso que apresentará na conferência do clima, em dezembro, em Copenhague.
Isso é mais outra evidência de que o tema da sustentabilidade já se incorpora à política em todos os seus níveis.
Contudo, há uma expressão da sustentabilidade que não está sendo considerada: aquela relacionada à ocupação do território.
Nós já temos clareza que precisamos reduzir a dependência ao transporte que é consumidor de fontes energéticas não renováveis. Mas ainda passa despercebida a vinculação entre consumo exagerado/desperdício e o modo predatório de expansão urbana. Ainda não nos demos conta que esse modo resulta de decisões urbanísticas.
Agora mesmo, no Rio de Janeiro, estamos frente ao caso da aprovação de lei que permite ocupação de áreas ambientalmente frágeis da Barra da Tijuca, designada por PEU-Vargens (v. outras notas neste mesmo blog). Em outros países mais atentos à questão, como os europeus, o debate se dá, justamente, no sentido de frear a expansão urbana e oferecer todo o estímulo ao aumento da densidade das áreas consolidadas.
Veja a foto que anuncia a venda de apartamentos na região da Barra, publicada nos jornais, em página inteira, nestes últimos dias.Exclusividade, requinte, sofisticação e, o que é o melhor, pronto para você morar. Repare na ambiência do entorno.
Pode haver modo mais predatório de viver? Que cidade é capaz de manter infra-estrutura, transporte, serviços com qualidade, para todos, quando se permite tal expansão urbana?
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