domingo, 25 de abril de 2010

IAB-RJ: Sete esclarecimentos

Lucas Franco
Em função do desastre promovido pelas chuvas, o departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil publicou uma nota em solidariedade a população.


SETE ESCLARECIMENTOS
À POPULAÇÃO SOBRE AS TRÁGICAS CHUVAS QUE SE ABATERAM SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
1.Nem toda favela é área de risco; nem toda área de risco é favela.
2.Se não houvessem existido as obras de urbanização e reassentamento promovidas pelos programas 'Favela Bairro' e 'Morar sem Risco', o número de vítimas no Município do Rio de Janeiro teria sido, seguramente, muito maior. Esta é uma política correta e vitoriosa que precisa ser continuada.
3.Não há solução eficaz e duradoura para o problema das enchentes e suas consequências sem investimentos públicos massivos, continuados e tecnicamente qualificados, principalmente nas áreas de habitação, transporte e saneamento. Habitação e Cidade são interdependentes e devem ser construídas simultaneamente.
4.As famílias moradoras em áreas de risco iminente precisam ser apoiadas para se transferirem a um lugar seguro, garantindo-se a integridade de suas atuais moradias enquanto laudos técnicos sejam realizados sobre a natureza e permanência do risco.
5.Havendo necessidade de reassentamento, ele deve se dar mitigando eventuais perdas relativamente às relações econômicas e sociais estabelecidas.
6.Os governos federal, estadual e municipais precisam contar com estruturas de planejamento permanentes e estáveis, para a implementação de políticas urbanas de médio e longo prazo.
7.A população pobre não é suicida. Mora em áreas de risco por falta de alternativas. Havendo modos de financiamento habitacional e transporte público de qualidade, toda a cidade se beneficia e novos danos sociais e ambientais se evitam.
Nós, arquitetos do Rio de Janeiro, reafirmamos nossa solidariedade com as vítimas das chuvas e, em especial, com os que perderam seus entes queridos. Continuamos prontos a contribuir para a construção de uma metrópole melhor, mais justa, menos desigual, onde todos os cidadãos possam dispor de um lugar seguro para morar, integrado à cidade, e contando com os equipamentos e serviços públicos necessários à vida urbana contemporânea.
Rio de janeiro, 14 de abril de 2010
Conselho Administrativo e Conselho Deliberativo do
INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL / Departamento do Rio de Janeiro

3 comentários:

  1. Como diz o artigo, Lucas, após uma chuva como a que caiu no Rio de Janeiro há três semanas, é responsabilidade dos órgãos públicos prestar todo o suporte às famílias afetadas.

    Por isso mesmo a Secretaria de Governo tem feito um esforço muito grande nos últimos dias para atender famílias desabrigadas pelas chuvas. Na última sexta-feira, por exemplo, mais 2.500 cestas básicas foram distribuídas para os moradores do bairro das Palmeiras, em São Gonçalo.

    Equipes do governo estão percorrendo a cidade para cadastrar moradores que ainda precisam de auxílio. Só lembrando que 400 toneladas de produtos, entre alimentos, material de higiene e limpeza, já foram entregues em abrigos e comunidades da região metropolitana do Rio, como em São Gonçalo.

    Abs.,
    Núcleo de Comunicação Digital
    Governo do Estado do Rio de Janeiro

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  2. Segue um link com mais informações sobre esse auxílio à população atingida pelas chuvas: http://www.imprensa.rj.gov.br/detalheNoticiaMetropolitana.asp?ident=58154&flag=Noticia

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  3. Que bom que o governo do estado está se movimentando.
    Espero que agora, com maior distânciamento do ocorrido, se posicione de forma coerente.
    É preciso enfrentar esta corrente imposta pela mídia de remoção total das comunidades.
    Esta é uma proposta utópica que não leva em consideração que 50% do Rio é favela, e se alargarmos para a baixada fluminense a proporção aumenta. Por isso é irreal! Temos que trabalhar e melhorar a cidade tendo conciência do que é possível!

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