segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Remoções compulsórias

Sérgio Magalhães
O tema volta com força em SP, segundo nos dizem os jornais.
Por razões diversas: por obras públicas, por estarem em áreas de risco, por urbanização de favelas, cerca de 165 mil pessoas serão atingidas nos próximos anos.
Não é pouco.
Urbanizar favelas é dotar esses assentamentos das condições de infraestrutura, equipamentos e serviços públicos necessários à vida contemporânea. Não é necessariamente, como alguns gostariam, fazer casa nova e desprezar o esforço já feito pelas famílias.
É claro que uma cidade tão grande, com tantos problemas que se superpõem por décadas, todo enfrentamento assume escala também enorme. Não obstante, o caso da habitação favelada precisa ser vista com muito cuidado, pois historicamente é tratada com preconceito e discriminação.
165 mil é 1% dos habitantes da Grande São Paulo.
Mas é muita gente.

Veja as notícias:
José Benedito da Silva - Projetos públicos em SP "expulsam" 165 mil pessoas

2 comentários:

  1. É fundamental que se garanta o direito à propriedade, mesmo havendo o fato legal de se ter uma invasão,porque outro fato legal de importância maior se sobrepõe:a negligência do Estado com a ocupação desordenada, inclusive a dos ricos nas encostas do RIo de Janeiro, e o mau exemplo da elite que derrubou planos diretores para atender os apelos da especulação imobiliária - a própria elite. Em segundo lugar, é fundamental que se tenha uma opção urbanística feita pela prefeitura, devendo ser apresentada aos moradores que, como donos legais do pedaço, poderão articular soluções legítimas. Não vejo como tal processo urbanistico não incorpore edificações verticais e infraestrutura, como o post defende. Enfim, o processo tem que ser lento e amarrado às estratégias que evitem novas ocupações desordenadas. Uma delas seria garantir emprego, necessários para se efetivar essas novas edificações e obras, apenas para a populacão local ou quem tivesse moradia própria. COm isso, mataríamos no nascedouro a imigração desenfreada. No mesmo compasso, essas politicas deveriam ser implementadas em outras capitais, principalmente as nordestinas que secularmente contribuem para a imigração refém da construção civil e da industrialização de baixo teor tecnológico.

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  2. É simplesmente lamentável a ação do judiciário: dá liminar a invasor de terra pública - favela em encostas na saída do túnel do JOá. É o caos jurídico. Como uma andorinha nao faz verão, ficamos com o inverno tenebroso da impunidade e esculhambação. Para que mesmo servem os políticos que você acabou de eleger?

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