O novo presidente do Tribunal de Justiça anuncia que retirará de Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio, as duas varas criminais que aí se localizam. Alega problemas de segurança. Elas serão transferidas para a capital.
Meu Deus, nos socorrei!
A cada dia mais providências aparentemente de boa vontade servem para cindir ainda mais a nossa cidade.
Vejamos: se o problema é falta de segurança, isto é, se o Estado está ineficiente ou ausente em Campo Grande, não o estará apenas para as pessoas envolvidas com as atividades judiciárias. Como o braço mais emblemático do Estado, a Justiça, ao invés de se recolher, precisaria se configurar ainda com mais ênfase na região. A presença ostensiva do Poder Judiciário, para a qual a arquitetura pode contribuir qualificadamente, seria um dos caminhos.
Retirar-se? Não, isto é aumentar simbólica e efetivamente o poder da bandidagem. Retirar-se para a capital? Mas como? Campo Grande é um dos bairros da capital.
O emprego de tal terminologia –além de erro de geografia política- é uma evidência do grau de isolamento em torno de seu próprio umbigo em que se encontra parcela importante da elite Zona Sul/Barra.
O Rio de Janeiro, se pensa em ter futuro, precisa enfrentar a cisão.
Precisa incorporar os bairros suburbanos e a Baixada à sua agenda de desenvolvimento.
Milícias: Varas criminais de Campo Grande serão transferidas para o Fórum Central
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