Agora, nós estamos frente a uma situação formalmente semelhante. Mas muito diferente nos seus desdobramentos simbólicos: o caso das pirâmides recentemente projetadas por Oscar Niemeyer para Brasília e para Caracas, esta a pedido do presidente Chávez, homenageando Bolívar.
A pirâmide brasiliense emerge da Esplanada dos Ministérios e aponta por sobre o Congresso Nacional. Pretende vir a simbolizar a soberania do povo brasileiro.
Já a também inclinada pirâmide venezuelana emerge das montanhas caraquenhas e aponta na direção dos Estados Unidos. Pretenderia corresponder à soberania bolivariana.
No caso do Balzac de Rodin, embora em distintos lugares, sempre se trata de um monumento ao famoso escritor francês. É cópia e é original em uma mesma concepção; são três corpos e uma mesma essência –diríamos: uma Trindade.
Já o caso das pirâmides é outro. Soberania, por definição, não é compartilhável; é afirmação de personalidade independente. Logo, representação de soberanias exige autonomia de signos. Como, então, um mesmo corpo e duas almas?
Imagens
1 Balzac - Paris
1 Balzac - Paris
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