sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ainda a cidade no século XXI

Sérgio Magalhães

Quem lembra do ano de 1980? Eram tempos de Figueiredo. E 1982? Primeira eleição depois da anistia, quando Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro.

Parece que foi hontem...

Pois nessa época, o Brasil urbano contava com 80 milhões de habitantes e, hoje, já somos 160 milhões. Morávamos em 20 milhões de domicílios urbanos e, hoje, em quase 50 milhões. Portanto, tínhamos uma média de 4 moradores por domicílio; agora, menos de 3,2 moradores / domicílio.

A taxa de natalidade foi reduzida à metade e a população dobrou. Tal crescimento demográfico se deve em grande medida às cidades, que permitiram melhor padrão de saúde, aumento da longevidade, melhor educação. Também o aumento no número de moradias, para além do crescimento demográfico, deve ser creditado à vida urbana e ao modelo ocidental de desenvolvimento ao qual nossa população aderiu.

Essa realidade urbana é um patrimônio fantástico de que dispõe o país. Um sistema urbano com 160 milhões de cidadãos, ocidentais, falando uma mesma língua, em um país continental , integrado social e culturalmente.

Neste século XXI, o século do conhecimento, a vida urbana é a principal matriz do desenvolvimento.

Podemos imaginar onde estaríamos se nossas cidades fossem bem tratadas? Se dispuséssemos de um bom sistema de transporte de massa, integrando toda a cidade metropolitana, e que permitisse o ir e vir com conforto, segurança e qualidade a qualquer hora? Como se poderiam potencializar os esforços dos empreendedores? Dos que querem estudar? Dos que trabalham? Dos que se divertem? E se dispuséssemos de financiamento para as novas moradias? Habitações saudáveis, seguras, bem localizadas.

No caso do Rio, ainda com praias limpas, paisagem esplendorosa, povo alegre. Alguém dá mais?


Para o crescimento dos domicílios urbanos:

http://www.ibge.gov.br/series_estatisticas/exibedados.php?idnivel=BR&idserie=FED101

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