quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Megacidades – pontas do desenvolvimento
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Arraigado
A FSP de domingo publica uma bonita foto da confraternização que os soldados da “Força de Paz”, no Morro do Alemão, fizeram na noite de Natal. Uma bonita mesa, com a ceia, e tendo ao fundo uma das ruas que foram beneficiadas pelas obras de urbanização. Você vê algo estranho?
Pois é, a rua é larga, bem pavimentada, mas sem tráfego (e sem tráfico!). Mas repare como está estacionada a viatura militar: está sobre a calçada, bem estreitinha, aliás.
Há alguns anos, quando inaugurávamos as obras do Favela-Bairro no Morro da Fé, na Penha, bem defronte ao lugar do encontro, também lá estava, sobranceiro sobre a calçada recém concluída, o automóvel do funcionário da Prefeitura que fora o fiscal da obra... Ele,é somente ele, o único automóvel nessas condições!
São quase quinze anos de distância. Pouco mudamos.
Titulação e unidade no território
O que está acontecendo nas favelas cariocas?
Mundo da incivilidade, “não cidade”, por excelência, nesses territórios o domínio dos grupos criminosos armados aumentou a percepção da dissociação entre a favela e o conjunto da cidade. Nesse quadro, ao invés dos moradores serem reconhecidos como vítimas da situação de violência e a responsabilidade do Estado pela privatização criminosa do poder de regular a vida social, a criminalização das favelas e de seus moradores se ampliou.
Temos hoje, com a nova estratégia de segurança adotada pelo governo do estado, novas percepções surgindo a respeito desses territórios tão questionados. As necessidades dos moradores de segurança e de autoridade republicana no seu cotidiano estão sendo reconhecidas. Pela primeira vez, os residentes nas favelas são pensados para além de suas carências mais objetivas, sendo vistos como cidadãos até aqui destituídos de direitos fundamentais, em particular o direito à vida; ao ir e vir; à defesa da propriedade etc.
Surge um “novo” cidadão e uma “nova” cidade, a partir do reconhecimento que os seus moradores mais pobres não constituem a “classe perigosa”, não são cúmplices das organizações criminosas e muito menos compactuam com valores distintos dos outros cidadãos da metrópole. Na verdade, como sempre afirmamos no Observatório de Favelas, só existe uma cidade, só existe um cidadão. Cidade plural, diversa, diferente, mas una em sua condição fundamental, como espaço de realização da vida de forma significativa.
Esse me parece, acima de tudo, a maior conquista – e elas são muitas – da nova postura adotada no campo da segurança pública. Depois de tantos anos de denúncias, proposições, manifestações, a humanidade dos moradores de favelas e seu direito pleno começam a ser reconhecidos como valor em si. Estamos cada vez mais próximos de ver dissolvido o mito da “cidade partida”. O que tínhamos nada mais era do que a incapacidade do Estado de garantir direitos fundamentais ao conjunto dos moradores do Rio de Janeiro.
A agenda política mudou. Não será mais possível voltar atrás no caminho para um novo espaço urbano, muito mais seguro, estável e pacífico. Um espaço onde as pessoas se reconheçam muito mais pelo que as aproxima do que pelo que as separa. Teremos, enfim, a chance de reconstruir o conceito de beleza do Rio de Janeiro, deixando as favelas de ser o espaço do problema e da vergonha. Teremos, enfim, a possibilidade de evitar que novos muros – triste iniciativa – sejam criados, e que novos caminhos de partilha e vivências sejam abertos entre o conjunto de moradores que aqui vive. Que celebremos com alegria e muito trabalho essas novas possibilidades de viver no Rio de Janeiro.
*Professor da UFF/RJ e fundador do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Números
domingo, 19 de dezembro de 2010
A paz também é uma construção
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Justiça e segurança para todos
No entanto, isto tudo não basta para o desenvolvimento. É necessário que os cidadãos se sintam protegidos do arbítrio e da barbárie, plenamente integrados ao regime de direito construído em nosso país. É dessa possibilidade que se plantam as pequenas iniciativas, a partir das quais é possível ir tecendo a esperança que se dissemina socialmente e se desdobra no desejo de se integrar, prosperar, estudar, melhorar de vida. É desse sentimento que vão crescendo os mínimos, os micro, os pequenos e os médios negócios - e se estabelece um conjunto de prosperidade.
Vamos que vamos!
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Resultado Morar Carioca
Veja no Globo: Concurso do IAB escolhe 40 arquitetos que vão planejar reurbanização de 215 comunidades
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Em homenagem a Federico Fellini
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Goleada de 13 x 1
Pelos dados preliminares que o IBGE divulgou, calculei que o número de domicílios crescera em 22 milhões na década, pois tinham sido visitados 67 milhões de domicílios e, no censo de 2000, o número de domicílios era de quase 45 milhões.
Para este número, me baseei em tabela do censo de 2000 publicada pelo site do IBGE, no seguinte endereço: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tabelabrasil131.shtm
Nela, vemos que o “total de domicílios particulares permanentes” em 2000 era de 44.795.101. Arredondei para 45 milhões.
Na ocasião, conferi o conceito “domicílio particular permanente” tal como constante na “Metodologia do Censo Demográfico 2000” (Série Relatórios Metodológicos, volume 25, publicado pelo IBGE em 2003, pgs. 234-235).
Constam os conceitos:
1.Domicílio particular permanente: domicílio que foi construído para servir exclusivamente à habitação e, na data de referência, tinha a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas.
2.Domicílio particular vago: domicílio particular permanente que não tinha morador na data de referência.
3.Domicílio particular de uso ocasional: o domicílio particular permanente que servia ocasionalmente de moradia, ou seja, era o domicílio usado para descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que seus ocupantes ocasionais estivessem presentes.
4.Domicílio particular fechado: domicílio particular permanente que estava ocupado, porém seus moradores, na data da coleta, estiveram temporariamente ausentes.
5.Domicílio particular improvisado: domicilio localizado em unidade não-residencial que não tinha dependências destinadas exclusivamente à moradia, mas que, na data de referência, estava ocupado por moradores. Também como tal foram considerados os prédios em construção, vagões de trem, carroças, tendas, barracas, trailers, grutas, aqueles situados sob pontes, viadutos, etc, que estavam servindo de moradia.
Considerei que o total de 45 milhões de domicílios particulares permanentes englobava as categorias 1 a 4, menos a número 5, do domicílio improvisado.
No entanto, quando o IBGE, ante-ontem, divulgou os dados definitivos, divulgou, também, conceitos distintos desses, pois considerou os domicílios de uso ocasional, vago e fechado para além dos 45 milhões de domicílios particulares permanentes existentes no ano 2000 e constante da tabela que linkei acima.
Com isso, o número de domicílios naquele censo alcançaria 54 milhões.
Refeitas as contas, o crescimento foi, então de 13 milhões de novos domicílios na década, aproximadamente 25% em relação aos existentes em 2000.
Como a população cresceu 12% (agora somos 190 milhões, ao invés dos 185 milhões divulgados antes), vemos que os domicílios cresceram mais que o dobro do crescimento demográfico.
Embora menos monumentais do que os cálculos anteriores, mesmo assim ainda muitíssimos expressivos, os novos números continuam a sinalizar para a necessidade de um tratamento prioritário para a habitação brasileira, sobretudo para a universalização do crédito (e, em muitos casos, com subsídios), para que o acesso à cidade seja um direito não apenas constitucional, mas real. Lembremos que o principal programa de financiamento habitacional, o Minha Casa, Minha Vida, programou construir 1 milhão de moradias em quatro anos.
A goleada diminuiu: povo brasileiro que constrói sua moradia, 13; política pública que financia moradia, 1.
Espero –como todos- que nos próximos tempos o jogo chegue ao empate...
domingo, 28 de novembro de 2010
O dia E
Derrubadas as barreiras, a ocupação precisa ser integral e permanente, isto é, urbanizar, dotar de infraestrutura, tornar disponível todos os serviços, bem como a sua manutenção, e assim, garantir os direitos e deveres dos cidadãos.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Adeus, abandono.
domingo, 21 de novembro de 2010
Novo fenômeno urbano
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Força e ânimo
Hoje, uma semana depois, me animo ao assistir a notícia de que Prédios abandonados no Centro de SP são reformados e viram alternativa viável para compradores, e que a academia se faz presente debatendo na sede do mesmo IAB, apresentando trabalhos de alunos da FAU-UFRJ sobre a Perimetral como Plataforma Física Conceitual.
Outros Links:
"Concurso Olímpico é lançado"
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Goleada de 22 a 1.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Remoções compulsórias
domingo, 31 de outubro de 2010
O Centro e seus vazios (III)
Entre os personagens dos vazios urbanos, as praças já seriam suficientes para merecer uma classificação com nomes diferenciados, pela variedade de suas expressões, personalidades e modos como são apropriadas.
Largo de São Francisco de Paula, Rio de Janeiro
Praça do Vaticano
Praça Imam, Esfahan
Rua de Havana
Escadaria Selarón, Rio de Janeiro
Aldeia Waimiri Atroari, Amazonas
Aldeia Yanomami, Amazonas
Nova York
Rio de Janeiro
sábado, 23 de outubro de 2010
Concurso Porto Olímpico
INSTALAÇÕES PARA AS OLIMPÍADAS 2016 NA REGIÃO PORTUÁRIA
LEGADO: RESIDÊNCIAS, CENTRO DE CONVENÇÕES E HOTEL
Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro
Instituto de Arquitetos do Brasil, RJ
Lançamento: 05/11, 15h.
Palácio da Cidade - Rua São Clemente, 360 - Botafogo.
Inscrições: de 05/11 a 10/12 de 2010
Informações: IAB/RJ (21) 2557-4480 - Rua do Pinheiro, 10 - Flamengo.
www.iabrj.org.br/concursoportoolimpico
Leia também:
ARCOWEB: Porto Olímpico - Com museus, concursos e investimentos bilionários, a arquitetura deve redesenhar a zona portuária carioca até as Olimpíadas 2016
A sustentabilidade entrou na agenda
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Jorge
Sou testemunha da enorme capacidade dele em fazer bem feito tudo a que se propunha. Primoroso na busca da qualidade,
não se contentava com menos do que o máximo. E nessa busca, deixou-nos um inumerável acervo de obras publicadas como crítico, como curador e como editor.
Jorge teve o grande talento de selecionar colaboradores de mesmo nível. Cada escolha era a certeza da excepcionalidade.
Discreto, doente, recolheu-se. Não quiz velório, apenas uma missa na Igreja Polonesa.
Jorge Czajkowski deixa grande saudade.
Roberto Conduru escreveu no portal Vitruvius uma nota biográfica que gostaria de recomendar.