As imagens de São Paulo são indissociáveis de gigantescos engarrafamentos, isto todos sabem. Mas será inexorável continuar desse modo?
Os investimentos que são feitos continuadamente no sistema de trens e metrô de São Paulo dão inveja a qualquer de nossas cidades, paradas não necessariamente apenas em engarrafamentos, mas em atitudes que visem enfrentar a questão.
SP tinha 48km de metrô, em 2000; alcançam 78, em 2010. Não é pouca coisa, sabendo-se que já são quatro linhas que se cruzam e que se conectam a outras mais dos trens metropolitanos, potencializando o atendimento.
O padrão das novas estações, ademais, é excelente. Por exemplo: entre a plataforma e os trens há portas de vidro de segurança que abrem quando o trem já está parado e evitam acidentes.
Mas o mais expressivo é que São Paulo tem investido justamente nas regiões mais populosas e mais demandadas, oferecendo uma alternativa importante ao transporte sobre pneus.
Há alguns anos, ouvi de um diretor do BNDES que desde os anos 1970 o estado de São Paulo mantém projetos a serem financiados pelo banco, o que permitiu a continuidade que hoje é visível na sua malha metropolitana. Já o Rio, segundo aquele diretor, não apresentava nenhum projeto a ser financiado...
Vale a pena conferir o mapa do metrô paulistano, quando se pode ver que já adquiriu um desenho semelhante a outras grandes cidades desenvolvidas: http://www.metro.sp.gov.br/
Observe-se, sobretudo, a quantidade de conexões possíveis. É isto que confere a permeabilidade que qualifica a malha.
E o Rio de Janeiro continua sem projetos. Falta à cidade um orgão de planejamento forte para integrar as propostas e eleger prioridades, independente de quem seja o prefeito ou governador.
ResponderExcluirO metrô de São Paulo desenvolveu-se bastante ao longo dessa última década e ele atende bem à demanda da cidade. E, principalmente, à disposição geográfica de lá. O metrô corta de norte a sul, leste a oeste, noroeste a sudeste.
ResponderExcluirNo Rio de Janeiro eu sinto que ainda não existe essa noção de que o metrô deve ser levado para todos os cantos, independente da demanda que tenha. Ele se concentra no Centro expandido, principalmente na zona turística, visando sempre o conforto do turista - o que eu não acho errado - porém esquecendo que o transporte metroviário também atende aos trabalhadores. E, por mais que o Centro expandido seja a zona que mais presta serviços, os trabalhadores vem de longe, de outras regiões que não o Centro. Com base nisso, não adianta só fazer estação de metrô no Leblon se ela não for conectada com estações no Cachambi, na Penha, em Madureira, em Santa Cruz.
Podem falar o que quiserem, mas o metrô, no Rio de Janeiro, é construído com outros fins que não os de atendimento dos próprios moradores da cidade.
As Ruas do Rio - http://asruasdorio.blogspot.com