segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Limites da arquitetura
Onde está a arquitetura?
Como é difícil entender arquitetura
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Mobilidade paulistana.
As imagens de São Paulo são indissociáveis de gigantescos engarrafamentos, isto todos sabem. Mas será inexorável continuar desse modo?
Os investimentos que são feitos continuadamente no sistema de trens e metrô de São Paulo dão inveja a qualquer de nossas cidades, paradas não necessariamente apenas em engarrafamentos, mas em atitudes que visem enfrentar a questão.
SP tinha 48km de metrô, em 2000; alcançam 78, em 2010. Não é pouca coisa, sabendo-se que já são quatro linhas que se cruzam e que se conectam a outras mais dos trens metropolitanos, potencializando o atendimento.
O padrão das novas estações, ademais, é excelente. Por exemplo: entre a plataforma e os trens há portas de vidro de segurança que abrem quando o trem já está parado e evitam acidentes.
Mas o mais expressivo é que São Paulo tem investido justamente nas regiões mais populosas e mais demandadas, oferecendo uma alternativa importante ao transporte sobre pneus.
Há alguns anos, ouvi de um diretor do BNDES que desde os anos 1970 o estado de São Paulo mantém projetos a serem financiados pelo banco, o que permitiu a continuidade que hoje é visível na sua malha metropolitana. Já o Rio, segundo aquele diretor, não apresentava nenhum projeto a ser financiado...
Vale a pena conferir o mapa do metrô paulistano, quando se pode ver que já adquiriu um desenho semelhante a outras grandes cidades desenvolvidas: http://www.metro.sp.gov.br/
Observe-se, sobretudo, a quantidade de conexões possíveis. É isto que confere a permeabilidade que qualifica a malha.
Diferenças Metroviárias
Sérgio Magalhães
Você sabia quanto SP investe em metrô + transformação dos trens em metrô no período 2007-2011?
Segundo os dados oficiais, são 23 bilhões de reais, que permitirão alcançar uma rede com 240km de metrô.
Já no caso carioca/fluminense, o investimento previsto para os trens metropolitanos (sistema operado pela Supervia), que envolve 180km de ferrovia, é de 2,2 bilhões de reais para o período 2009-2020. Este valor inclui a a programação do Governo + Concessionária.
O Rio precisa dar a volta por cima. E investir de modo a transformar os trens suburbanos em metrô de superfície.
Quem sabe o exemplo de São Paulo pega?
Confira os números de SP: http://www.metro.sp.gov.br/
domingo, 22 de agosto de 2010
É a escala, camarada!
Sérgio Magalhães
Tive o privilégio de conviver com o arquiteto Jorge Moreira, autor principal dos projetos da Ilha do Fundão.
O IAB era uma de suas trincheiras de luta. Em defesa da cidade e da arquitetura, o “dr. Jorge” não se assustava, não temia, não fraquejava. E não perdia o humor. Uma de suas últimas batalhas vitoriosas foi a conquista do Parque Garota de Ipanema, entre a Francisco Otaviano e o mar. O Exército, proprietário da área, queria ali construir um conjunto residencial, e Jorge Moreira saiu à luta, reivindicando a não ocupação. Em pleno regime ditatorial-militar, JM não claudicava.
Ganhou a guerra.
Mas, infelizmente, no caso do Fundão, o nosso grande arquiteto, integrante também vitorioso da equipe que projetou o MEC/Palácio Capanema, não foi feliz.
Embalado nos “ilimites” do modernismo, conjugado ao sentimento de Brasil-grande, tudo seria possível. Como se a Universidade do Brasil, na ilha do Fundão, precisasse refletir a imensidão continental do país.
JM perdeu a mão no desenho. Projetou tudo grande ao exagero.
Estou convencido que esta é uma das razões (não é a única, mas é importante) das enormes e presentes dificuldades da nossa Universidade.
Fosse o Fundão mais modesto, ou a UFRJ menos patrimonialista, quiçá poderiam estar na ilha alguns institutos para os quais aquele lugar possa ser vantajoso e estar de volta ao centro do Rio todos os demais cursos, faculdades, institutos, em que a interação com a cidade é indispensável.
Que tal a Arquitetura no Centro do Rio? E as Belas Artes? E a Engenharia? E a Educação?
Para a Universidade e para o Rio: que maravilha!
Hospital a implodir.
Sérgio Magalhães
Foi anunciada para este ano a implosão da “perna seca” do hospital do Fundão. Eu saúdo: Até que enfim!
Por ser insólita para a maioria das pessoas, a notícia exige contextualização.
A saber:
Localizado na ilha do Fundão, a “cidade universitária” da UFRJ, o Hospital Universitário está instalado em edifício projetado especialmente para ele. Tem a forma de um duplo “t”, justapostos, mais ou menos assim: TT.
Pelo seu tamanho, exageradíssimo, como tudo nessa ilha da fantasia modernista, o hospital nunca ocupou o equivalente a um dos “tês”. Seus vários andares ficaram abandonados por décadas. As esquadrias foram roubadas, o que havia de acabamento, acabou. Restou a estrutura, o volume. Isto é, o hospital somente ocupou a metade do seu edifício.
Vamos combinar: o corredor central do Hospital tem mais de 300 metros! É maior do que o Maracanã.
Por décadas houve o debate sobre a viabilidade do hospital ser do tamanho que o projeto arquitetônico imaginara. Venceu a realidade: não dá para ser tão grande.
Mas o que fazer com a metade vazia? Com o outro “T”, a “perna seca”?
Também por longo tempo a discussão interna à UFRJ andou às voltas com ocupar a área para outras atividades, o que exigiria re-acabar o esqueleto. Mas os custos nunca se ajustavam aos orçamentos, enquanto se deteriorava a edificação.
Há poucas semanas, dois dos pilares deram sinais de fadiga. Veio o veredito: não há recuperação econômica, é melhor implodir.
Ao adotar esta decisão, a Universidade rompe um paradigma que já estava superado no mundo externo há décadas, somente vigoroso em alguns bolsões ainda encantados com o futuro eternamente róseo que o Modernismo traçou para o mundo.
Minha esperança é que as cabeças decisivas continuem iluminadas e desistam de levar para o Fundão o restante dos cursos que ainda estão na cidade.
sábado, 21 de agosto de 2010
O que o Rio não precisa
Aumento da frota de veículos, ausência de obras, nó no trânsito: “Ficaremos iguais a São Paulo" (entrevista ao GLOBO, 14 de agosto).Em pouco mais de um século experimentamos uma revolução na mobilidade urbana. O transporte nas cidades era feito por veículos puxados por animais (charretes, bondes); passamos acontar com trens urbanos, metrô, bondes elétricos, ônibus, automóveis, motocicletas e bicicletas. As cidadesse adaptaram a esses novos veículos — ou passaram a ser projetadas em função deles.
As grandes cidades já não serão uma evidência da indústria, mas dos serviços. Serviços avançados, ainovação, a cultura, adquirem papel cada vez mais relevante.
Essa nova configuração exige multiplicidade funcional, não mais o isolamento entre as funções urbanas, comoas cidades modernas foram idealizadas. São a concomitância de atividades, a diversidade e a possibilidadeda interação que dão suporte à vida urbana contemporânea.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Brasil, esquentai vossos pandeiros
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Esses chineses...
Em Pequim está sendo proposto pela Shenzhen Hashi Future Parking Equipment Co., um "ônibus-trem" como solução para reduzir o congestionamento em até 30%. A engenhoca, movida por energia solar, promete custar somente 10% dos investimentos necessários para implementação do metrô subterrâneo com capacidade equivalente.
O "ônibus-trem" possui 6 metros de largura e 4,5 de altura. Na parte superior fica a cabine de passageiros e por baixo se forma uma espécie de túnel por onde os carros circulam livremente auxiliados por sistemas de detectores de segurança que impede o choque e limita as dimensões dos mesmos.
Uma solução no mínimo curiosa, para o futuro quem sabe...
sábado, 7 de agosto de 2010
Tirana, a colorida.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Cidades amigáveis
O arquiteto Manoel Ribeiro vem provocar o assunto, em ótimo artigo publicado pelo Le Monde Diplomatique, no qual defende cidades mais compactas, polinucleadas, economizadoras de energia. De pleno acordo.
"Cidades compactas" não se trata apenas de uma dimensão física. Pode ser, é claro, talvez mesmo uma "contração" urbanística. Mas é mais: é um conceito que se opõe à facilidade com que aplaudimos as expansões urbanas que tem ajudado a perenizar a miséria nas periferias das nossas metrópoles.
Mas eu sonho, ainda, com o tema da sustentabilidade ajudando a iluminar a nossa mais importante e vital razão das cidades: a garantia do lugar do encontro entre as diferenças, do lugar da diversidade, a "urbanicidade".
Este papel está em jogo, ele é desafiado pelas cidades extensas, amorfas, inseguras, que vêm a impor o seu corolário: os guetos, os enclaves, ricos ou pobres, de moradia, de comércio e de lazer. Isto é, a anti-cidade.
As cidades amigáveis do Manoel estão na base que garantirá a permanência da cidade como lugar da interação. Isto é, o nosso compromisso com as próximas gerações.